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domingo, 20 de dezembro de 2009

lembrança de uma dança inventada

Pouco tempo tinha antes de começar. Antes de começarmos: foi um desespero. Não bastasse tua beleza agredindo meu espírito (a calma se perdeu em uma embriaguez de ritmos), agora incandescente, por um momento desmedido, cem passos rasos por segundo se misturavam ao cenário trevoso do clube, colidindo com sorrisos nada familiares e suores frios que vinham, no fundo, de medos antigos.
Então, numa jogada surpresa, você me toma a mão, assim sem mais, e sorri como se nem de carne fosse, como se a maldade em dose de maravilhar, pequena e equilibrada, malemolente lâmina cor de âmbar que se desenrola num rodopio só pra sambar no meu riso bobo; faz uma vez, de novo e de novo, e se penso em correr é para o meio do salão, de braços abertos e olhos fechados como faço sempre que tudo escurece longe do teu abraço.
Dançamos com o coração. Erro, você ri. Rezo, você sente. Desisto e você, descrente do que insisto, resiste ao endurecer das juntas e conduz pela coluna, onde estão alicerçados meus demônios e os antônimos de inúmeros males que adquiri na passagem, até agora. Se toca algo complexo, esqueço, não sei como é ser correto neste ambiente rígido de tantos devaneios, corporificados em movimentos que recordam o espectro de certo enleio em algumas rotinas horizontais. O tempo é um frisson de funda rápida, num giro e acabamos.
Ele vem no meio do povo, se aproxima com sede nas mãos nervosas. Sabia, já há muito que olhava, queria, esperava só a chance e perdeu a paciência no último bolero. “Virou”, agora é a vez do homem, vem cobrar seu prazer licenciado pelos costumes deste lugar. “Dá licença”, diz, “se incomoda se eu dançar com ela um pouco?”, e me incomodo, e minha mão sua e quero não lhe dizer apenas que não pode, mas que deve suprimir o desejo, deve desfazer as imagens, conter os vestígios de fantasia que teve à sombra do bar; que precisa voltar para o lugar de onde veio antes que meus demônios batam asas em pares de guerra.
“Esta é nossa música”, você diz, “quando acabar é sua vez de dançar”. Respiro fundo, acompanha uma amargura espessa que gruda no céu da garganta, no seio da desconfiança brota o nome, palpitando feito uma fome que não pode ser saciada. Vai o ritmo, ele dá um sorriso largo, meus olhos procuram os ratos que devem estar em algum lugar, confabulando maneiras de roer as roupas dos súditos enquanto estão distraídos no altar de corpos movidos a álcool ou no terraço, onde ainda se pode acender um cigarro em paz. Ele espreita, do alto, perto da banda está com os olhos voltados pra cá. Não mexo mais um músculo, não tenho luz, nem pulso, nem meu bem-estar funciona mais até você mover o mundo e no meu ouvido, sem pudor nenhum, plantar um sussurro, “até que se acabe o som, fica de pé, seja meu homem e confia teu corpo à dança”. Dancei como se instar fosse eterno dois aqui, dois pra lá, mas um terceiro viu no silêncio meu esteio, a banda calada acompanhou com os olhos a massa que se deslocava até o microfone. Os pares se entreolharam, curtidos pelo silêncio prolongado, e antes que pudesse me afastar e dizer, “aqui está o teu lugar, está vago pra fazer jus às regras de convivência”, muito antes, quando um suspiro se perdeu de mim, teu arranjo para assobio trouxe de volta a batida, que ecoou por todas as esquinas e em toda minha vida veio passarinhar.
Nossa música nunca mais parou, a não ser quando ao deitar, em que abandonamos nossas melodias e nos declaramos dois afônicos.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

nearly departed

crivarei teu parabrisa
de bala rosa choque
neste curto circuito
crítico que virou moda
assim com muita sorte
tira-se do teu rosto pálido
aquele sorriso amar-
elo amargando
não se desfaz tão fácil
o não verdes me incomoda e
faz deste cinzel uma sina
de pontiaguda cegueira
em que todo branco é berço
pro descanso da matéria que traz
no seio de um estúpido silêncio
a música dos nossos beijos ébrios

















- Zsuzanna Szegedi

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Você é tão inteligente!"

Não, você que se deslumbra com palavras.

O que é isso, inteligência? Capacidade inerente a qualquer ser humano passível de estímulos. Se não estimula, não dá resultado, mas se acontece, os resultados são quase sempre muito positivos (ressalva aos fisicamente deficientes - não seria eu um deles?).

Minha inteligência acumula fracassos como aquele que atrás das cortinas se enche das vaias a contemplar o atraso do espetáculo. O rosto banhado em suor, alimentado pelo medo que causa a contínua indolência, incerto sobre a máscara que vai usar e as falas que deve dizer pra chegar às palmas. Um bobo alegre inconsequente, fruta passada ainda verde. Big sem bang.

Encarar o abismo é uma vertigem só. Estou de cara pra mim e caindo...

sábado, 12 de dezembro de 2009

um spot de saudade

o holofote na cara: um ponto onde a ausência é presença constante.

E vejo altas horas às duas horas e menos que meia, já inteiramente enfastiado com as entrevistas medíocres e a sequência de retardados em plano astral. Mallu Magalhães toca Chico Buarque como qualquer idiota com mínima prática no instrumento faria e canta daquele jeitinho que mistura Trem da alegria e diazepam.

quem dá espaço pra ela? Pior é ver o Serginho dizendo, repetidamente, quase mendigando, "ela foi bem, né? não foi?". Que espetáculo embaraçoso essa menina, sinceramente.

Baixei O Grande Circo Místico do Chato Buarque e agora começo a ouvir. Amanhã, prova pro Ministério das Comunicações, na Praça Seca, lá na ponte que pariu. E eu me sinto um agente administrativo? E eu por acaso poderia ser um? Espero que sim, ou estou perdendo meu tempo amanhã. Ou "estaria"? Não, "estou", mesmo. Deixo que o verbo me entregue.

se eu olho pro agora, não vejo sentido: estou preguiçoso.
preciso daquele beijo que você sabe me dar.

um quando sem nome machuca meu sossego.

prece ao corpo

perdoa a dor que te dei
- sumo traumático
que nem um pneumotórax
ou o dramático tango de prata
podem calar
a menos que o fio da navalha...

mas será o benedito?

tenho medo de ter confundido
com um morcego bêbado
teu beijo que vinha nas asas do beija-flor
o que disseram que mandou
e que agora está enterrado atrás do sofá

não tenho coragem pra reconhecer mais uma vítima
do impulso destes punhos

já imagino uma abordagem:

vou colocá-lo numa moldura
pra quando chegar a estiagem
então vou preparar um pedaço de estante
onde vai depositada a saudade
entre quatro ripas de madeira decoradas
à lágrimas estanques

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Saga do Caiçara

nos braços do Nhamundá

trago em minha canoa
um espírito calmo
escuro em suas cores
e corro estas correntes
preso ao motor da sorte

ao norte tem infinitos
mais ritmo e todo o risco
ao sul não dá mais
me rendo à memória
ao lado está os que ficam
de um e outro se afogam
veja lá
na escuridão do meu olvido
que agora entorna à onda

passado o véu em queda
quero a fresca das folhagens
que cobrem o céu sem estrelas
onde o sol a pino não perdoa -
as costas ardendo da peia
que é viver neste ribeirão
quero ter com as borboletas
mas fui impedido pelo tatu
sentado ao trono de thanatos
com as mãos e os pés jogados
de papo pro ar
enquanto os macacos gritavam
que havia há muito perdido
coroa e cabeça

trago em minha canoa
essa vontade afoita
de ser e ao ter estar permanente
mas já me escurece
é tempo de calar -
fala a palavra da noite
enquanto afogo o facho entredentes

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

mnemosine

bossa antirosa pra você lembrar de mim
pois nessa estória rigorosa que fazemos juntos
não há canto mais belo que o quintal do mundo

















chora devagar sem debruçar sobre espinhos
pois lá dentro fica o sentimento de que estamos
a um segundo da felicidade sem tamanho

terça-feira, 24 de novembro de 2009

a queda

Todas as sentenças perderam o encanto. Não sei o que se passa. Olho a palavra, ela tem força, ela quer vir à tona, mas a associação mata. Qualquer verso é uma perda de tempo.
Acho que começo a perder a batalha. Não sei, parece que não há suficiência. O conhecimento daquilo que basta pra tornar o instante alguma coisa especial. Não quero crer em determinações, homens santos, gênios, pessoas tocadas por uma centelha divina, mas o gesto está vazio e eu não sei chegar lá.

Se eu desistir, vou te visitar antes e vamos rir como se amanhã fosse mais uma segunda.

sábado, 21 de novembro de 2009

três coisas de uma sexta só

1) Vi uma americana, num dos canais da tv a cabo, falar que "eles precisam vencer no Afeganistão, ou então os terroristas vencem", e provavelmente acabam se espalhando como um vírus.

Olha, não sei se esses americanos são retardados o suficiente pra comprar essa palhaçada de terrorismo, de missão civilizadora americana, de salvação do planeta, mas eu não compro. Vai tomar no cu, Sarah Palin, ninguém precisa que seu país resolva porra nenhuma. Esses desgraçados reclamam a própria soberania o tempo todo, num patriotismo exagerado que dá nojo, e a primeira coisa que fazem é invadir outros países com a desculpa de que não podem deixar que o mal se espalhe e bla bla bla.

Só me irrita o discurso hipócrita. Digam de uma vez que tem armas, mídia e material humano pra dominar e pronto! Mas ai o jogo ficaria sem graça, não é?

2)Maria Antonieta é o pior filme de época que já vi na vida, provavelmente. Kirsten Dunst é forçada, relaxada e muito, mas muito pouco expressiva. Parece uma viciada em diazepam e vodka que foi gravar chapadaça. Como é que alguém faz um filme de época, sobre a realeza austríaca e francesa, com uma atrizinha que diz, ao olhar um sapato ou algo assim, tão americanamente quanto possível "OH, THESE ARE SO DUBARRY!". Porra, parece a Hannah Montana falando. Vão se fuder, seus produtores e atores de MERDA!

3)Mais uma americanagem formidável: DINHEIRO COM POLITICAS DE PAZ. É tão lindo como eles entram no Iraque e destroçam pessoas como galeto, como é falado em vários filmes e reportagens, mas por outro lado eles também alimentam as campanhas por paz e amor, falando em Woodstock sempre que podem, promovendo filmes e seriados, além de músicos e bandas. Quer um exemplo de como ganhar dinheiro sendo bonzinho? Então, e a prova de reforço é que você pode começar politicamente correto e depois chutar o balde! Foda-se, ninguém presta atenção mesmo. As pessoas vivem como se colocassem morfina no pão.

BLACK EYED PEAS. Conhecem a banda? Então, deem uma olhada na música Where is the love, terceira estrofe pós-refrão, e depois deem uma olhada na música I got a feeling, tirem suas próprias conclusões.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Acompanhando a MTv direto

Claro que a gente só pode meter o pau, descer a lenha e escandalizar os cancros se tiver no meio, senão é tudo devaneio. Então, lá se vai o registro pessoal de pelo menos meia hora de MTv. Sim, eu sei que posso ficar retardado. Sim, eu sei que os danos podem ser permanentes. Não, eu não tenho medo.

ACESSO MTv

Caralho, que gente estranha. Eles falam cantando, não só a gaúcha, como se fossem um derivado meio histérico. Esse tom fake de apresentador já deu no saco, a MTv não se toca. Comentário do Leo Madeira: síndrome do salvador? Messiânico? Que esse cara tá dizendo? Nada a ver os comentários sobre o Perry Farrell. Podia ter comentado da vitalidade, da musicalidade bizarra da voz dele, que não é redonda com a melodia, ao contrário, desafia o melódico na careta. Falam muito sobre detalhes que qualquer pessoa pode observar, não existe considerações musicais, não existe comentário relevante além de "eu acho isso", "eu me diverti", não existe porquês, não se dão esse desafio. Estão escondidos pelo formato e só precisam de ânimo diante da câmera.

U2 cantando Sunday blood sunday. Uau. How new! How fresh! Puta que pariu, e pensar que essa gente recebe bem pra fazer um programinha merda desses. A música acontecendo no mundo de várias maneiras e os cretinos passando Sunday blood sunday do U2. Tá certo, se essa cultura não for constantemente reafirmada ela se dilui. Ah, Jay Z e Bono? Hahahahahaha. Cantem Bob Marley, todos, cantem pelos seus direitos, voltem pra casa, tomem banho, contem aos amigos sobre como foi lindo aquele momento em que viveram e cantaram juntos Bob Marley, e continuem os mesmos. Salve o EMA.

Lady Gaga e Beyonce. Claro, porque como na literatura, é preciso aglutinar toda essa galera numa época, com referências de passado tradicional, senão perde o peso e a importância. To ouvindo a música da Lady Gaga aqui, é simplesmente igualzinho a uma porrada de coisa que eu já ouvi por aí: Hilary Duff,Christina Aguilera, Anastacia, Kelly Clarkson, Gwen Stefani, Britney Spears. Esse clipe Paparazzi combina a cultura do "menina vingativa" (já explorada pela Lilly Allen, recentemente) com imagens que me recordam clipe da Gwen Stefani. E por que tudo isso? Porque não estão ali pela música, mas pelo ícone atrás da música e tudo que ele significa.

É por isso que a Rihanna tá agora falando da vida pessoal dela. E daí que ela apanhou do namorado? Resolva isso com a polícia. E a música? Por que as músicas são tão óbvias? Por que as danças são sempre as mesmas, bastando um único clipe bem feito pra sintetizar essa coreografia simplória e viciada? Que porcaria de clipe e de música, na boa. A mesma merda que se pode esperar se você olha pra essa estória contínua da música pop.

Entrevista com o cara que é fanático pelos Beatles. Informações dadas:

- ele conheceu os 4 pessoalmente
- John Lennon queria contatar os Beatles, dois meses antes de morrer
- a reação do fã entrevistado à morte do Lennon
- o Paul cantou pra filha dele
- um artefato exibido e o atestado de que onze anos depois, Paul lembrava da filha dele
- ele mantém contato via e-mail com o Paul

E vocês se perguntam, como eu, e a música dos Beatles? E sobre o trabalho solo do Paul, sobre o Wings, sobre as parcerias, o Rockestra... TIDÊ? TIDÊ? A única coisa que o cara falou, sobre música, foi: "a gente vê o cara lá fazendo os acordes". UAU! COMO ALGUEM VAI AO SHOW DO PAUL E NAO FALA SOBRE OS SHOWS, SÓ SOBRE OS MOMENTOS EM CAMARIM? Pelo amor de deus, né. Que programinha mais mixuruca.

E Massacration, que é o símbolo do trabalho feito pela MTv: mímesis paródica.

Na boa, uma dessas, de novo, só daqui a um tempo, senão mata o velho.

sábado, 7 de novembro de 2009

aniquilha

Ilha. Ininterrupta hulha. De repente, choque: pequenas minhocas elétricas dançam despertas no couro do homem, dormente ainda dos cansaços de sempre. Fagulha. Consciência do preto. Ouvir encostado à parede escura os primeiros sonidos do tempo. Metais em tilinte anunciando violentas vozes em comemoração. Bruxas! Mais uma libertação, espiralando o vôo no espaço três por quatro de céu a que temos direito. Família. Insígnia bruta do outro que vibra, grita, brita paredes auditivas, transcende o impedimento devassando a noite ainda do lado de cá. Um copo parado no batente parece bom o bastante pra pousar por lá. Abro os olhos, vejo o corpo: minha vida é um desejo de me lançar que estronda no parapeito; debruçado no quase impacto, no quase caco, em fragmentos que estão loucos pra se abandonar.


foge o rito.
às dez, um pássaro só grita.
o sono vai na barra da banda que passa.
fico.

uma gota corre a testa.
duas gotas agora.
o dia abrasivo gesta meu corpo
- da fossa ao forno
no inferno do figurado
acorda o mundo ficto

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Manguepeople no Circo da Lama e do Caos

Showzones da Zombie Nation brasileira no Circo Voador: todo mundo dançando caoticamente em meio a pingarada incessante, perrengues de verão. No mais, os caras tão ajeitados, o guitarrista e o baixista se garantem nos efeitos, nos timbres. A psicodelia em alguns momentos é bastante envolvente, você se solta e de repente tá espalhado pelo lugar, vibrando junto com o gravão do baixo.



Tô só o pó, a lama já saiu, e agora pressinto que ao dormir acordarei cerca de doze horas depois, sentindo as pernas até no pensamento.

a cidade não para
a cidade só cresce
o de cima sobe
e o de baixo desce


Não fui ver o Faith No More.
Não me arrependo.
Que merda.

E agora? Monografia. Cristina & Bandeira. Bunda na cadeira, cabeça na obra. Quanta demora pra fazer essa parada. Capotei.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

madrugadentro

prestes a sair o sol
quase me despeço, já despido.

são os momentos mais intensos da madrugada, quase sempre. você decide que vai se entregar, tudo ficava muito vivo e é nesse momento que se pode perder. o detalhe fagulha e de repente acende o pavio. há que se manter a névoa voando sobre os pensamentos, nevoeiro vivo que traz o desencanto da quase vida.

amanhã, quando acordar
se tiver sorte
começo de novo a minha morte

e como é que confio?
nem Ariadne me dá corda.

tá de brimks.

domingo, 18 de outubro de 2009

think twice, its my only advice



Você é, ao mesmo tempo, trabalhador da Smallminds Inc. e consumidor de seus produtos.

WHEN YOU LOSE SMALL MIND
YOU FREE YOUR LIFE


o comodismo e a condescendência são marcas do homem da Smallminds Inc.

Você vê e sente.
Sente e gosta.
Gosta e quer.
Mais.
Eles fazem vários.
Fazem e vendem.
Entendem e progridem.
Mais.
No meio disso
sabem quem é menos
cada vez
Mais.

YOU ARE NOT YOUR SHOE SHINER
NEITHER HER MONSTROUS ORGASM


parte do trabalho desenvolvido na Smallminds Inc. é absorver o conteúdo que quer transformar e transformá-lo em produto que se quer, compreende?

- Olá, meu nome é (coloque aqui o nome de um ator qualquer). Sou capaz de fazer algumas expressões pra fingir que sou outra pessoa, mas não tenho muitos recursos. Normalmente, preciso de figurino, muita musica, campanhas de produtos, um longa-metragem e revistas de bafafá. Porém, o que mais me faz falta é a sua carência, esse jeitinho que você tem de depender.

-------------------------------FRONTEIRA INICIO DA LIBERDADE------
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--------------------------------FRONTEIRA FIM DA LIBERDADE-------

THE ANSWER IS BLOWING IN THE WIND
smoke smoke smoke smoke
smoke for gossip!
fuck fuck fuck fuck
fuck for tolerance
INHALE FLAWLESS
and be polite


quando alguém da Smallminds Inc. é interpelado por sua conduta, pode enviar para 4477 um torpedo dizendo, FRAFA, e nós enviamos uma frase feita pra te tirar da lama. Alguns modelos já estão disponíveis no site.


- o seu problema é que você ficou muito amargo pra vida e pensa como quem já morreu.
- eu sou uma pessoa do meu tempo, não preciso viver o seu anacronismo.
- você vive valores muito arcaicos, isso te torna dispensável.
- o que importa é o que eu sinto, o resto é o resto; só se vive uma vez, desculpa, tá?
- você tem de respeitar a individualidade das pessoas, cada um acredita no que quer e acha melhor.
- seu problema é que você é tão pretensioso que esquece que a vida alheia não é um espaço pro exercício das suas opiniões
- talk to the hand, honey, to the hand (por mais cinquenta centavos lhe mandamos um tutorial ensinando a quebrar o pescoço como uma nigga de verdade)


SMALLMINDS INC.

você já faz parte da gente.
chega mais.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

driving me mad is driving me mad is driving

O que aconteceria se alguém tivesse a ideia de coverizar algumas coisas do Abbey Road em formato jazz? Seria doido? Seria irado? Foi Benson, meusamigos, George Benson.



The other side of Abbey Road é um álbum muito foda. Ouvia ontem, voltando da faculdade com Gabriel dos Teclados, de forma que recordei umas breves audições que tinha feito no passado remoto. O álbum está aqui em algum dvd desses de discografias e apêndices.

É irado o que esse puto faz. Os arranjos, a mudança no clima das músicas, a voz e a pegada de guitarra inconfundível do mestre note by note. Além disso, mostra o cuidado e o carinho de um profissional por outros, os Beatles, no caso, porque é muito claro o nível de compromisso com um trabalho bem feito e bem produzido.

Não é pra sacudir, é pra sentar e ouvir, de preferência numa noite em que o mundo não esteja tão presente nas suas decisões e você, com seu umbigo, precisar de uma trilha sonora.

http: //rapidshare. com/ files / 198437375/ A_M_3028. zip

domingo, 13 de setembro de 2009

só sade soma à minha cisma

acabo de ser muito ousado.
coloquei uma lasanha no forno não por quatorze minutos, como recomendado, mas por quinze minutos e dez segundos.
veja que não foram quinze minutos, apenas, como se eu quisesse me livrar do fardo.
foram quinze minutos e dez segundos, ou seja, dez segundos que contabilizei necessários para conquistar minhas intenções ainda habitantes do meu inconsciente.
quando abri o fogão era a perfeita cobertura gratinada.
uma sensação incrível, vou te contar.

algumas vezes esse tipo de texto confessional é constrangedor.
mas aí eu teria de inventar uma distância e criar um discurso mais elaborado.
seria estranho.

agora estou deixando o fluxo dos meus pensamentos ditarem o conteúdo do tópico sem uma ordenação básica.
já aí criei uma ordenação: o caos ordenado.
senão não conseguiria pensar sobre ele.
merda.
como tudo é tão previsível.

a bienal do livro está um lixo.
e acho que câmeras digitais são servos do demônio.

por conta disso, lembrei de como velhos que andam em ziguezague podem ser estressantes.
principalmente se você quer chegar rápido a um lugar.
você joga pra esquerda, ele cai pra esquerda, você freia, joga pra direita e ele de repente faz que vai, junto, e você vai pra esquerda, mas ele resolveu ficar, era só impressão sua, aí você esbarra, ele te olha cheio de ódio por você não o perceber como algo tão frágil no caminho e você diminuido por aquele olhar se desculpa, olha ainda pra trás uma vez, pra vê-lo destilar ódio e gestos de decomposição, e então segue, atrasado e infeliz...

tá querendo virar Füher?
Não. Deusolivre.

linguagem teatral. encena. em cena. eu.
fazer o quê mais?
espaço umbilical.

you could come
and you would cum
cos if you came
is cos you can

right?
high five.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

chacal

anoitecido e atado ao pânico

como a maré que não revelada

ao homem já crescido

navegante de infâncias

esperava gigantes e abelhas

criaturas de outras culturas

trevas em pedaços de longa duração

esperava pela morte nua

soprou às estrelas tantos sussurros

de coisas que pensou pra continuar

que lhe sorriam com olhos brilhantes

ao parto de breves pensamentos

tão brilhantes quanto aquelas

que não pareciam dar importância

sabia que algumas já inclusive eram

as que são não lhe iriam jurar

enquanto o barco vai à despenca

engolido pelo véu de noiva

a manhã coloca em seu peito

um sonho a mais de múltiplos sóis

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A violência é um negócio tão fácil.

quando é que vão usar alguma criatividade?

Que não seja mostrar a bunda.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

maria

hoje você
tão bonita
barriguda que só

teu riso solto
cisco já maduro
nu meus olhos

aflitivo

disfarce face
ao destino
palco
rosto pouco visto
baile

compasso
tocando em frente
prestes a parir
semente
uma nova despedida

tão bonita
barriguda e só

segunda-feira, 15 de junho de 2009

mas falávamos de quê?

de música

Há tempos que não divulgo nada. Blonde on Blonde é o que pensei pra hoje. Simplesmente abri a pasta de arquivos e escolhi, estava ali, entre Paranoid do Sabbath e o Around the next dream, do trio Jack Bruce, Ginger Baker e Gary Moore.











Reflections on a life é o nome da criança. Quem botou no mundo foi um grupo formado por galeses do sul, o grupo Blonde on Blonde, que é assim chamado em homenagem ao álbum homônimo gravado por Bob Dylan.

O que dizer? Eu curti a banda. O vocal tem um timbre bem original pro som que tá rolando, canta meio Mick Jagger, não explora melodias fáceis. O som é um bluesão, temas folk, mas tem um baixão funkeando, por exemplo, em Bar Room Blues. Na seguinte, Sad song for an easy lady, a coisa começa bem triste, com umas cordas lamentosas, e depois entra uma gaitarada e o ritmo muda. Por trás, uma massa sonora sombria encobre o caricato vocal, até que culmina em um duo de gaita e guitarra muito interessante.

Não há melodrama na voz do cara. A escola dele é outra, o cara tem um jeito muito dele de cantar, às vezes acho que vai desafinar, aí ele costura de uma maneira legal, mas quase sempre parece um jeito estranho de cantar a ouvidos pops. É o que se percebe em Ain't it sad too, que por sinal tem um solo legal.

Indico pra quem não aguenta mais aquele tipo melodioso de vocal, já tão formatado, já tão conhecido da gente, e também aos que já de natureza não curtem melodias grudentas e fáceis, porque é diferente. E a guitarreira é muito boa, no geral. Os solos são bem feitos e não excedem, por isso ficam na cabeça. Bargain dá pra cantar pela rua de bobeira.

obs: I don't care é bizarra.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

não há imperativos...

Estava no 485, lotado pra variar, com as pessoas se esfregando no deslocamento pelo veículo. Fico logo depois da roleta, que é pra descer sem problemas. É um dos primeiros pontos depois de São Cristóvão. Nem sempre pego esse ônibus, mas vez ou outra é mais rápido que a integração, onde ultimamente as pessoas perdem dinheiro, um dos olhos, enfim, aquele ato obscuro do teatro social.

Então, estava lá e o ônibus ia pela Avenida Brasil. As coisas se sucediam, terrenos, animais que pastam próximo à rua, grandes reservatórios e containers que não têm uma explicação lógica pra mim. Estão ali desde que ponho os olhos naquela direção, faz lá seus cinco anos.

O veículo começou a achar brechas e rapidamente ficou livre do trânsito, agora movimentava-se com agilidade, mas seu tamanho e a disposição de seu esqueleto tornava a viagem, para nós, passageiros, uma experiência física intensa. Minha coluna estava recebendo toda a pressão dos movimentos e isso não mudava, até que resolvi pensar em como melhorar minhas condições. Tornei-me consciente do meu corpo e comecei a procurar respostas.

Dispus os pés de forma a ter base, mantive as mãos na barra de apoio e contraí o abdomen, e principalmente, não me opus aos movimentos mais bruscos. Pronto, a coluna pareceu-me isolada e fiz o resto da viagem sem sentir dores. Sem prestar atenção em mim, e mais, sem refletir sobre como, não haveria maneira de resolver e, como em muitos casos, para muitas pessoas, a coisa seria do tipo que se leva adiante até onde der. O conhecimento, que é autoconhecimento, te livra de desnecessários desgastes que o "livre emocional" pode vir a estimular.

Bom, acho que as pessoas, de maneira geral, têm pouca autocritica, reflexividade. Olho-as e parecem estar sempre sedadas pelo trabalho excessivo, evitando as dores inevitáveis do mundo que oprime. Quando chega o ponto em que devem saltar, praticamente acordam de um transe, assumem uma expressão endurecida e partem. São como guerreiros que não podem dar-se ao luxo de relaxar e curtir os estímulos de fora e a relação que estabelecem com a vida interior.

O cristianismo e toda a nossa cultura judaica ensina-nos a colocar-mos nosso destino nas mãos de deus. Ora, que o nosso destino, no sentido macro, pertença a deus, não posso discordar, ou concordar, agora é inaceitável que o homem se abandone interiormente e exteriormente (socialmente) nas mãos de deus. É uma idiotice sem tamanho, uma vez que a sociedade é um fenômeno dos homens, da terra, pensar que deus, uma forma que se expressa pela perfeição, se colocaria a favor de uns e contra a outros no desdobramento da vida.

Não quero que você deixe de acreditar em deus. Não espero que você destrua sua fé em nome de um vazio que aniquila o desavisado. Eu só espero que você "ame a si como aos teus semelhantes" (um bom princípio de ordenação social, não?) e mais, que creia em si, em suas capacidades, na sua faculdade de pensar e refletir, de se tornar aware, consciente do que te cerca. É o que a natureza faz! Não se exima de sua animalidade, porque é ela que dialoga com o ser maior que você deseja ser, é ela que te permite transcender, é teu chão e de onde virá o teu impulso pra se desdobrar e marcar a história do teu tempo.

Há duas vidas e você é o resultado da dialética entre elas.

Só o conhecimento salva.

sábado, 30 de maio de 2009

que merda...

comecei a gostar de Engenheiros.

O diagnóstico de alguns é a velha síndrome de Peter Pan. "Acho que ele está querendo retroagir pra se preservar". Outros dizem que é uma simples bifurcação que a vida acaba levando a. Como é que eu vou saber? Eu ainda acho graça em algumas músicas da Legião Urbana, então, não sei, acho que simplesmente percebi que as imagens nas músicas dos caras do EngHaw têm mais fôlego que a maioria das letras que a gente ouve por aí.

cansei de ignorar a banda por não simpatizar com o vocalista.

acabei de ouvir Piano Bar e me arrependo de não ter experienciado antes. Quanta coisa se perde por falta de curiosidade, por uma necessidade de preservação de si, do que se acredita e se precisa acreditar pra se conceber equilibrado? Por que é tão difícil pra maioria oscilar em paz?

Abro portas, cavo sulcos, rego a horta e não sei o que vai nascer dessa terra. Se antes o medo era um pastor de rebanhos, agora ele está guardado em algum lugar, inteiro ainda, mas já não mais pastora meus animais. É estranho como é tão familiar o mundo que se dilui e se unifica só pra se espalhar depois do entendimento.

Se amanhar eu não gostar mais, perdoem-me a falta de consistência. Ou não, e vamos indo como somos, se inimigos, ou irmãos, mas nunca abandonados, nunca sem alguém pra dizer não.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

meu dossiê de sensações

um sem número de sobressaltos
e segue assim até o sono...
mas fuligem se agarra à superfície
o sonho que antes era um salto
hoje pesa na vertigem
mas de quê?
que abismo em mim se esconde?

o nome não tem dono
o quando não tem onde

meu santo sai de férias
fico no abandono
pensando nas matérias
de que são feitos todos os homens
os hemisférios se confundem
fundam continentes com novos mercenários
inventam antigas ambições
descobrem desertos movediços onde antes
a vida aflorava sobre nações de grandes reis
cada grão de areia um brilhante de coroa
toda dinastia seduzida pelo tempo é tombada
cada príncipe viu seu solar abater-se
a bater-se na poeira de si
tentando emergir do buraco que o tempo cavou
pra que pudesse dormir

meus mundos se misturam outra vez
desnudos de tudo que gruda
vestindo casualmente uma cara qualquer
a um cara qualquer que ruma
quanto caminho que se cruza meu deus
cada coisa que é só uma coisa no fim
pedaços de mim que se juntam

domingo, 24 de maio de 2009

um amigo da turma do Capuleto

- ... e que coisa, não, que coisa é esta que tu guardas com tanto empenho?

- É ferida, não tentes uma rosa desalmada, porque só te esperam espinhos e um destino afortunado pelas sombras e o orvalho, teu companheiro de jornada, porque te vestirás em pesado metal e terás no teu rosto a tempestade de muitos dias de melancolia.

- E que pensas que faz afastando-me ao destino? Se sou homem trágico, que se cumpra a vontade dos deuses, que eu me afogue no desespero dos teus abraços até que não me pertença mais alma, e então eu possa ser enterrado como aquele que cumpriu seu papel. Não dispenso as formalidades e quero até a última lágrima do teu sofrimento.

- Não sou palco de tragédias...

- A não ser a tua mesmo.

- Um ato solo, e deve-me respeito, ou então, o que? Meu texto não tem folego para dois. Minha perspectiva é toda interna. É meu coração que sopra as falas ao ouvido, que mexe debilmente estes membros. É ele mesmo agora que te diz, vai-te, poupa-te dos meus tormentos. Não cabe aqui ninguém além de mim, sou do tamanho do meu coração e nenhum ficou para contar estória. Nem mesmo eco.

- É o desprezo a tua moeda, é com ele que recebes os teus convidados?

- A única verdade que posso ofecerer. Como chama moeda? É presente que ofertei apenas a meu pai. Por certo, morto, não se recorda da felicidade que teve ao saber que não lhe tinha ódio, que não negar-lhe-ia ajuda na velhice, ficou contente com o silêncio e muita vez venho a crer que seu desespero, no leito de morte, resumiu-se ao apego que a qualquer cão deixa a vida. Provavelmente precisou de imagem minha para ter aquele punhado de lágrimas.

- Que seja, não te desejo mais. Quero apenas ser teu amigo.

- Nem isso posso oferecer.

- E por que não!?

- Porque já me sabes desprezível. Não vivenciastes isso, nem sequer viu como a vida prepara o palco para o espetáculo, nem mesmo sabe como improviso minhas falas. Não serias meu verdadeiro amigo. Entende? Sabes de mim pela minha boca e não deves confiar nela. Nada que saiu daí em todos estes anos esteve no mundo mais do que uns dias, talvez meses, quem sabe algo tenha expirado em um ano, mas não mais do que isso. Eu mesma não.

- Lua, que por bela escultura demônios como faz aos anjos, por que me destinas este tormento sem tamanho, que é enamorar-me de alguém que só me despreza?

- Os astros não te responderão o que é matéria de humanidades. Deixa a lua que por bem só avulta. Não te faz de bobo, anda, levanta-te e segue para tua casa. Há em toda parte uma senhorita bela e com dotes vários que te podem preencher a causa. Não derrames lágrimas que não valem o sofrimento. És uma criança, por acaso, que te recusas a aceitar o inevitável? Não terei filhos por conta disso. Anda, vai-te.

- Sem alma! Vil! Ainda me pagas...

E enquanto se afastava, pensou que ela não perdia por esperar. O destino se faria cumprir, cedo ou tarde.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

nascemos sócrates e não temos mirra

mas o ouro abunda
como a bunda aos tolos...

Não há o que fazer. O dia principia lá fora e eu aqui me acabo.
Por que tanta demora? E que demora é essa?
Meu tempo não se acaba e não passa a minha pressa.
O que é que vem, ainda, que tanto tarda?
Qual companhia que me custa a chegar na hora exata?

E que exatidão é essa que sufoca?

Onde é que as coisas recebem nome e espírito, sei que é em algum lugar lá fora, mas onde, exatamente, se encontra tudo isso?

enquanto isso...


- É preciso matar o totem

- E a riqueza do passado?

- O tempo é filho do homem.

- Mas e todas as coisas que cessam?

- Nada cessa.

- Tu és o totem!

- E tu o desespero.

- Mas eu te devo matar!

- Tens medo.

- Sou frágil, já logo morro.

- Morres já. Não esqueça, o tempo não existe.

- Estou morrendo neste exato momento. E de quê?

- De vida.

- Por que me vives?

- Porque te amo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Is there anybody going...

to listen to my story...

nela não há nada de mais
tampouco de menos
é a história de um ser sem estar
de um estar sem querer no verbo roído
e sem saber rodar, voltas de voltar ao mesmo espaço


que é pra ver se corre mais rápido
que é pra ver o verso do juízo
esse cálice dado a beber pelo inimigo em comum
em comunhão

esse inimigo que eu trago no peito
até então calado
mas do tipo expansivo
do tipo que não pára quieto

que corre por todos os lados
e quebra tudo na histeria de um estado controlado
sabe lá a que custo eu me in carrego
sabe lá como eu deixo que ainda viva esse bolo concreto
esse porco sem projeto de futuro
esse muro entre o mundo e tudo o mais que realmente conta
eu que já não creio mais em deus
eu que já estou pendurado na conta do português giramundo
desde o grande boom imperialista
salve Afonso o Dom Henriques
ou teriam sido antes os chineses?

não importa quem já fora
o tempo não existe
o que importa é que lá fora
ela está acontecendo
em algum lugar ela acontece
está acontecida
e permanece

eu me reconheço
nesse amanhecer de ressaca
sem o o menor sentido
mas vá lá que está tarde
aos estudos, amigo!

all about the girl who came to stay
she's the kind of girl you want so much it makes you sorry
still you don't regret a single day...


quarta-feira, 13 de maio de 2009

farra assim não!

eu vi fim no teu frio

faz assim não meu bem
lembre que me acabo
que sou ente finito
duro só uma tarde
do sol que se levanta
esse mesmo que segreda
de volta pras águas do rio
na véspera de sempre
aquele que tenta e tanto
que no tardar se espanta

faz assim não meu bem
lembre que me apago
que sumo no vazio do beiço
no preço do passe até o centro
na subida de volta até em casa
como no quarto onde fica o cheiro
cheio de pedaços recentes do passado

por todos os lados do espelho
procuro um único buraco
lugar onde não haja verdadeiro
reflexo de um canto amargo
e descubro que na ausência da imagem
tenho a memória vulcânica do beijo
o momento roçado do abraço
tenho quase por inteiro
mas só tenho aos pedaços

frio que corre entre os espaços
perdoa meu longe
ainda que doa
poupa meu sonho que não chega
santo nenhum cuida do sono
frio que corre entre os espaços
abandona de uma vez
me perde do teu lastro

terça-feira, 12 de maio de 2009

Vinde vós, Dionísio

Enquanto Apolo pode reger-nos em nossas aspirações à expressão, e falo da busca pela originalidade que promova a particularização, e aí a imortalidade, é Dionísio que nos deve reger como grupo, de modo que nossa busca pela individuação seja sempre um movimento coletivo, que não precisa ter forma específica, não precisa estar encurralada, desde que esteja em uma relação harmônica a maneira como se estruturará e sua renovação torna-se o objetivo da vida. O quanto não floresceria das idéias de cabeças livres e assim capazes de uma comunicação que não é doutrinação, mas experiência? Teríamos a interioridade convertida em um laboratório experimental da linguagem e de todo seu potencial actante. Ao mundo, caberia a representação, e as representações formariam seu relacionamento, trazendo autor e obra à baila, de forma que estaríamos num fluxo continuo e valeria, portanto, a máxima do conhecer como autoconhecimento.


Busca pela perfeição? De forma alguma. A perfeição indica que o desenvolvimento teve fim, que o movimento está cessado. Primeiro, foi o verbo, a ação, o que nasce e morre, e não cessa de nascer e morrer, e assim se renova, e ele é athanatos. O que se pretende é a liberdade para criar, para expressar, e a liberdade não apenas política, mas plena, a liberdade que não se interrompe diante da fome, da falta de instrução, da estigmatização, em suma, da malandragem. Para que o jogo tenha graça é preciso estar-se à par das regras e dos movimentos dos adversários. Na atual conjuntura, creio que estamos disputando às cegas com bodes expiatórios que teatralizam o maior espetáculo da terra. Que dizer, teoria da conspiração? E o inverso, que seria, teoria da adulação ou da acomodação? Uma teoria geral da alienação? Navegar é preciso.

domingo, 10 de maio de 2009

Só digo uma coisa: TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE

disse Dinix...

estava eu de bobeira, pra variar, e fui ler um texto sobre Integralismo. Antigamente essa palavra já me daria sono e eu procuraria algo com um campo semântico mais pop, né, só que eu já to ficando velho e começo a ter mais rígidos os controles do aparelho ideológico. Ou seja, culpa.

Integralistas querem o quê? Na prática, parece que os caras querem se juntar com a Igreja pra poder dar as ordens no Brasil. Chamam a sua vitória de "4º império", uma maneira de florear os fins. Acontece que, como no floreio supracitado (você encontra essa e outras palavras chiques por lá), os caras não entregam o jogo de forma limpa. Dão toda uma enrolada discursiva, enaltecem a religião, claro, porque é seu escudo e lança ideológicos. Diz-se que no plano ético e moral a vitória já os pertence. Claro, além de serem dois planos cuja discussão demanda processo lento e pouco interessante na práxis, fica aí a estratégia sofismática de conduzir o leitor às pressas pra que ele esteja exatamente onde querem. Claro, se não são questionáveis ético e moralmente, então precisam apenas mostrar algum valor prático. Balela.

Sucede-se uma série de baboseiras no texto do atual presidente da instituição integralista, enaltecimento do "pensamento alemão em geral" hahahaha do romantismo, autopromoção através de uma falsa humildade, que em si tenta vir à tona como traço de um caráter positivo, mas falha e convence apenas o idiota, alvo de suas ânsias. Enaltece quem o antecedeu, lustra o ego do avô, e diz-se "aquém" de todos, mas logo aponta uma suposta erudição.

Ao cabo, diz que o Brasil tem de se realinhar com o destino
histórico assinalado, e que eles, os integralistas, são o veículo
condutor até esse estado natural e quase divino. E qual é esse destino?

ser governado por eles

O lobo pode trocar de carneiro, mas ainda cheira a lobo.

sábado, 9 de maio de 2009

across the universe


Falando de filme, Across the universe é um clichêzão pop da pior qualidade.

Vai desde a protagonista loura e o problema do amor e da guerra do vietnã, até os balés previsíveis e as coreografias da madonna em caras sérios, pra dar o contraste.

O formato é um porre. Os solos são muito iguais a High School Musical, cheio daqueles sorrisos que o cara dá pra si mesmo, as olhadas pra baixo, depois o olhar contemplativo, as entradas emotivas pras meninas ficarem apaixonadas nas músicas. Não à toa o protagonista lembra um Ewan McGregor misturado a e a lourinha traz toda a tradição angel beauty do cinema hollywoodiano, forçadamente, mas falemos disso depois.

Como é possível que faça isso com Beatles e as pessoas ainda batam palmas? O caráter lírico, universal, das letras, permite que se encaixe-as nas situações mais diversas. E é exatamente aí que os roteiristas se aproveitam pra fazer as coisas mais lugar-comum do mundo. É patético. A latina buçuda que é cheia de desejo sexual, o negão correspondente pra pagar de jimi hendrix.

Um aspecto interessante, a aparição ridícula de Joe Cocker, uma sátira de si mesmo, um coadjuvante de voz inesquecível e talento inegável. O momento mister K., na boa, plágio da idéia já colocada em Moulin Rouge.

Pois é, o filme é um grande Moulin Rouge. Autopromoção usando a guerra no Vietnã, claro, como não podia deixar de ser. O discurso autopromotivo dos americanos sempre foi o de escancarar suas falhas através de uma nova geração de americanos tão patriotas quanto os antigos, mas agora demonstrando consciência dos atos errados do passado. E isso os redime! E os deixa prontos pra outra. É a beleza do romantismo tolo conquistando mentes ociosas.

Os atores são horríveis, mas a lourinha do Aos 13 superou o resto do elenco. Ela simplesmente não tem profundidade alguma.

Eu acho uma bruta sacanagem o que fizeram com a obra dos Beatles. Interpretações legais das letras? Ok, algumas coisas foram legais, mas é muita porcaria pra uma ou outra coisa que sustenta. E só Beatles sustenta. Não fosse a força da obra dos ingleses, esse filme não passaria nem na sessão da tarde. Moulin Rouge 2. Pobre de espírito. Clixeira.

sábado, 4 de abril de 2009

Nonsense

O que se passa? quem é que passa? e quem fica, o que é que quer? como se corresponder com outra forma de vida anterior, diferente daquela que antes havia, mas que agora tem uma cara menos corada e não inspira tanta rebeldia?

se afogar num maço de cigarros? ver a vida sob a cortina de fumaça, nas tossidas pela esquina, nos escarros da calçada, quantas mortes, ainda, será preciso pra que tudo se coloque no devido lugar? o logus certo... qual seu paradeiro?

Fiz duas coletaneazinhas por pura falta do que fazer, claro. Deixo aqui os endereços pra quem se interessar a baixar.

1. A Barca do Sol - Canção pra Ela
2. Camel - Elke
3. Dream Theater - Wait For Sleep
4. Echo & The Bunnymen - All My Colours
5. Fagner - Canteiros
6. Genesis - 1. Back in N.Y.C.
7. Genesis - 2. Hairless Heart
8. Genesis - 3. Counting out Time
9. Gentle Giant - His Last Voyage
10. Gentle Giant - Shadows On The Street
11. Joni Mitchell - Blue
12. King Crimson - In the Wake of Poseidon
13. Le Orme - Figure di cartone
14. Leonard Cohen - Seems So Long Ago, Nancy
15. Little Joy - Evaporar
16. Lou Reed - satellite of love
17. Miles Davis - Flamenco Sketches
18. Nazareth - Called Her Name
19. Novos Baianos - Straight
20. Opeth - Death Whispered A Lullaby
21. Poetas Sem Conserto - Blues da Estrela
22. Ruphus - Day After Tomorrow
23. Rush - Madrigal
24. Santana - Flor D'Luna (Moonflower)
25. The Beatles - The Fool on the Hill
26. Tim Buckley - Sing a song for you

Parte 1
Parte 2

segunda-feira, 23 de março de 2009

And when I looked the moon had turned to gold


Hoje, voltando de viagem, tive outra. Percorri distâncias através do nascer do sol pra mergulhar na água ainda quente da memória. Foi na madrugada de domingo que pela primeira vez, passado e futuro trocaram olhares nos meus olhos, para um presente que, obviamente, se mostrara como um comichão na bochecha. Você simplesmente sabe, espero que sim, quando algo não coadjuva na sua vida.

A locomotiva puxava os vagões ainda fora do alcance da vista. Era apenas ânsia, alguns pares de cansados e a distância até a cama mais próxima. Um registro negligenciado da paisagem preparou a surpresa, assim que me dei conta do horizonte assinalado pelo azul mais bonito que eu conheço, aquele que anuncia a aurora, divisavando humores e os atos que se complementavam. Tem força e não perde a beleza, depois se transforma em matizes espetaculares até que impera o branco imparcial dos primeiros passos dos homens.

A segunda vez, digo do encontro temporal na minha cabeça, aconteceu há pouco, tão necessário quanto é o aperto de mão para que se conclua o gesto. Desci do ônibus com a mochila nas costas, ainda aceitando o fato de que chegar nem sempre é voltar, mas um ter de ir. Ainda assim, tudo era tranquilo fora e dentro, como se os vasos estivessem pela primeira vez comunicantes e civilizados. Na esquina, prestes a deixar para trás o que agora se converte em palavra, olhei o céu, sem pretensões, e descobri aquele azul que imediatamente conectou cada imagem, cada risada e os aromas, as coisas que não se disse com a boca e tudo mais que estava em festa. Uma risada besta e toda alegria do mundo no umbigo.

sábado, 14 de março de 2009

De todos os fogos, meu fogo

poema fugido de um beco escuro... fugiu sozinho... e agora vê o sol pela primeira e traz consigo imagens de noites...










uma vez subi muito alto
mesmo sabendo que cairia
toquei no seio do sol e depois mergulhei
pra acabar no mar com essa minha agonia

Trouxe as chamas nas asas
e me disseram que havia mesmo prometido
carregar na carne uma luz que fosse
pra acender aquele fino

prometeu
tá cumprido

mas só me restam fagulhas
pontas de agulhas
num céu sem estrelas
jogado a uma trincheira dessas
que se vê nos filmes da adolescência
com os copos quebrados e o vinho na terra

nem anjo caído
nem artífice da humanidade
nem corpo partido
uma toda tensão nas extremidades dos poros e só
nem doido varrido
tampouco um ser humano são

o que sou não sei
o que sei não é suficiente

nada é bastante
nem mesmo o poema umbigo
que ofereço sem remorso
à tua troça ou desprezo dos amigos
ou então essa rima acima
que quer mais dizer que uma musicalidade pode salvar
o instante onde habita o tema
evitar que se envolvam partes
tão distintas por uma erudição
forçada a ferro e sabatina
pelo amor de deus
quem ainda faz poesia
pra agradar os scholars depois
das histórias de Whittman?
Que vá aflito e vá liso e se veja nu ao centro do seu decorado acento
que chamam todos de trono
e que só lhe serve pra parir os filhos de um vasto estômago

já não tenho mais asas
visto a túnica da eterna vítima
é são bento que está no altar
santiago para aqueles que o lêem de perto
na urdidura da ferida
que sabem exatamente o fel que dá no talo quando não se é mais homem que a mulher que se deseja e toda vida
se esconde numa rua qualquer
no gole mais um de cerveja

incerteza não dá e passa
isso é fardo da alegria
que leve feito um suspiro
vai no vento que ninguém sabe

não me admira
esse poema não se acabe
é porque ainda tem brasa na acha
onde o olho já não mais alumia


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Jackson Browne - For a dancer

Keep a fire burning in your eye
Pay attention to the open sky
You never know what will be coming down
...

Baladinha pra quem interessar possa. Abraço.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Brasil mostra a tua cara...

Está mostrando, minha gente, e é o seguinte: apatia, comodismo, covardia, desinteresse, ignorância, enfim, só pode...









Você lembra dessa imagem? É o nosso querido caçador de marajás em ação, antes do jetski, época da campanha pró-Collor bancada pelo gravatal em peso, que via no garotão a sua representação perfeita.

O meninão meteu o pé pelas mãos, fez das suas, se meteu lá no escândalo PC Farias e até o irmão veio dedar o cara, enfim, se fodeu, passou de máxima representação pro status de sujeitinho desprezível.







Novamente, por meio do espetáculo, tivemos os donos do país decidindo o destino da res publica. Collor recebeu todo o ódio do país e numa catarse nacional as pessoas dirigiram contra ele toda a sua motivação... ou foram dirigidas? Depois do Collor, por acaso, tivemos um único período de esplendor? Ao que me consta, uma surubada de gente se ferrou no governo FHC, como ainda se ferram no governo Lula.

Até quando você vai acreditar nesse teatrinho tolo? Presidente? O problema é quem a gente elege, ou a máquina que recebe o eleito?

Você pode contratar o melhor piloto do mundo para dirigir o seu carro, se a máquina não der a partida, o cara vai ser só o melhor piloto do mundo dentro do seu carro parado.

A maior prova disso?

presidente Luis Inácio Lula da Silva
o vice-presidente José Alencar
e o atual senador Fernando Collor de Mello



Abraços de "eu ainda estou tentando aceitar". Porque, como vocês, eu sou um covardão bunda mole acomodado. Só que me amarro num draminha.

=/

sábado, 28 de fevereiro de 2009

cuspideira glandular

Olha só, que agora me atormento com essa figura no mínimo intrigante. El diablo. Aí tava matutando um lance com umas emoções que ficaram me mordendo, fora uns desapegos que andam rolando por força do destino, aí me saiu essa baboseira que compartilho:

Palhinha co' diabo


Bastou virar as costas
De azul se fez o céu escuridão
Camaleônico satânico experimentado
Era o diabo meu com a mão no braço

aparecido

- Quem dera fosse perpétuo o fim do laivo
que ficou retido na esfera do pensamento
músculo cardíaco é o caralho
só sabe bombar o sangue pra filamentos
delgados

e eu espantado ouvia o discurso
que não se acabava nem se reproduzia
preocupado se o diabo me faria ouvir pra sempre
as vozes da sua loucura afetiva


- Não basta que tenhamos fé, cantemos juntos.
Nem que acordemos com o hálito de luas inteiras,
separemo-nos por qualquer bobeira e depois nos amemos
até a morte, criemos deuses, também, para dar nossa sorte
de presente. Morramos como dois pedaços de ilhas que
jamais tocados apóiam um ao outro a pura ânsia de não dormir
jamais!

quanto mais bebia
mais falava o diabo dos seus amargores
em forma de axiomas de sílabas tônicas
proparoxítonas sonantes pros nervos
um mantra pra curar o desassossego
que a própria companhia de si causava
era uma serpente de bucho cheio
trocando as peles pelos cotovelos

sai dali amando como sempre fizera
com um pé atrás por precaução
mas não por medo de quem ficara
ali no meio das próprias águas
falando ao reflexo das linhas no rosto
que ganhava ao longo do verbo

no mais, era imortal
estaria sempre por perto

- sempre...


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

psicoloucos

Opa, de volta de uma longa viagem até São Martinho, no sul de Santa Catarina, cá apresento uma amostra do lugar onde foi realizado o Psicodália. Quem puder conferir o festival, em sua próxima edição, não perca, vale muito na vida de qualquer pessoa viver por alguns dias numa vibração daquelas, principalmente pra quem curte o rock 'n roll.



poema numa nota de cinco

beijo como quem se esquece
e abandona a sorte no beiço alheio
beijo como quem não tem leme
mas infla a vela no peito
como se tivesse um sopro

e ninguém estivesse vendo
enfiado nas pálpebras
correndo a boca na alma
mastigando movimentos
eu beijo como se tivesse dó
como se tivesses medo

beija como se gritasse
aperta como se modifica
pela boca eu te escuto

arritmia

beija como se tentasse
tua alma se pudesse lenta
flanar espaços rindo
beija como se não fosse outro
senão todos
como se a vida não valesse à pena
deixa que teu corpo
na escuridão da pálpebra fria
encontre repouso na umidade
quente do meu idioma
beija como se lesse um poema
como se cada palavra um abandono


beijo como se acabasse
e tu como se ainda não
na boca a única verdade

paralelos opostos
saciados na contradição

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Your name is Big Brother...

Esse lixo é cada vez mais insípido. Olha, cá pra nós, o Big Brother podia ser um programão. Se tivessem pessoas ali testando teorias comportamentais, reações a estímulos dentro de um sistema, enfim, nós teríamos um programa que conseguiria ser engraçado e produtivo ao mesmo tempo.

Mas pra quê? É só meter aquela cavalona morena com o rabo de fora que tá maneiro. Como se numa academia qualquer não tivesse por aí uma dúzia de belos rabos pra se olhar.

Mulher é uma maravilha, cara, coisa igual não há, mas essa de muito lombinho e pouco tutano é uma merda, hein? Ainda mais quando é a televisão que vem propagandear com aqueles ares de celebridade. Topar com uma boçal na rua e levá-la pro seu quarto é uma coisa, há que se perdoar, mas pay-per-view de um bando de sem gracinhas sexualizados por script? Ah, tome no reto, faz favor.

Falando em Maravilha...

Stevie Wonder - Talking Book


1. You Are The Sunshine Of My Life

2. Maybe Your Baby

3. You and I

4. Tuesday Heartbreak

5. You´ve Got It Bad Girl

6. Superstition

7. Big Brother

8. Blame It On The Sun

9. Lookin´ For Another Pure Love

10. I Believe (when I Fall In Love It Will Be Forever)

É com certeza um dos melhores álbuns que já ouvi. Muito bem feito, muito bem arranjado, Stevie destruindo na voz, mas destruindo mesmo, e chamando Jeff Beck, sim, ele toca nesse álbum, pra fazer das suas. As tiradas do Beck em Lookin' for another pure love são demais, assim como são demais os hits Superstition (regravado por Steve Ray Vaughn) e Big Brother. Ouçam, Stevie Wonder é muito mais que I've just called to say I love you ¬¬