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quarta-feira, 13 de maio de 2009

farra assim não!

eu vi fim no teu frio

faz assim não meu bem
lembre que me acabo
que sou ente finito
duro só uma tarde
do sol que se levanta
esse mesmo que segreda
de volta pras águas do rio
na véspera de sempre
aquele que tenta e tanto
que no tardar se espanta

faz assim não meu bem
lembre que me apago
que sumo no vazio do beiço
no preço do passe até o centro
na subida de volta até em casa
como no quarto onde fica o cheiro
cheio de pedaços recentes do passado

por todos os lados do espelho
procuro um único buraco
lugar onde não haja verdadeiro
reflexo de um canto amargo
e descubro que na ausência da imagem
tenho a memória vulcânica do beijo
o momento roçado do abraço
tenho quase por inteiro
mas só tenho aos pedaços

frio que corre entre os espaços
perdoa meu longe
ainda que doa
poupa meu sonho que não chega
santo nenhum cuida do sono
frio que corre entre os espaços
abandona de uma vez
me perde do teu lastro

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