Pesquisar este blog

sábado, 27 de outubro de 2012

India vou te levar pra outro lugar

INDIANDO




Um traço muito caracteristico aqui, em Bengaluru, é o colorido. Nas roupas, nos temperos e na comida, como vemos em diversos filmes e documentarios, os indianos expressam sua subjetividade em meio a uma coletividade bastante real. Diversas barracas como esta, com vendedores que possuem a mesma face tranquila, esperam por seus fregueses. It's an awesome sight, so many colors and shapes, so many flavors and textures. I have to say that, near by, the smell of organic trash, sweat, of animals and humans, spices and fruits was almost to puke. I have never felt that scent before, even in the depths of Brazilian northwest areas. Although, I always wake up with the delicious perfume of wood smoke. 



Lembrei, enquanto caminhava, de que é uma caracteristica também muito forte na cultura nativa das Américas. Penas coloridas, tinta sobre a pele, adornos. Claro que todos no mundo compartilham da vaidade, mas aqui, no meio de uma terra que ainda guarda muito de sua cultura milenar, este sentimento se volta muito mais aos deuses do que para superar outros semelhantes. No ocidente, parece, as pessoas querem sempre estar mais bonitas que as outras, num desafio que empobrece e entristece a beleza que se pode atingir em grupo.




One great song that tells about this colorful culture of the American natives is Neil Young's
CORTEZ, THE KILLER


"On the shore lay Montezuma
With his coca leaves and pearls
In his halls he often wondered
With the secrets of the worlds.

And his subjects
gathered 'round him
Like the leaves around a tree
In their clothes of many colors
For the angry gods to see.
"


As cores, segundo a letra, acalmam os deuses irados. Aqui, mesmo os carros ficam decorados de flores, fitas e brilhos. Nem a maquinaria escapa do trato da beleza multicolor. Em outra oportunidade, venho aqui falar a respeito da beleza de homens e mulheres, sua postura na sociedade e o que se entende por sensualidade. See you.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Brazilian genocide: vamos matar nossos índios!

Kaiowás. Brazilian native are being killed everyday. Some of them are taking their own lives, like the aztecs did once, when Spanish came. When they realize that no turning back is possible, when they see there's no way to be what they were born to be, the ultimate resource is suicide. Although, not everybody gave up and a lot of them are being murdered by squatters and other types of muderers. 


And what can we do? People have their own problem, dying in hospital lines, waiting for treatment, fighting for their salaries in the end of the month. They are in a capital prison, watching the natives die from a baignoire. So!

Welcome back my friends to the show that never ends
We're so glad you could attend! Come inside! Come inside! 



We present you, WORLD CITZENS and ALIENS, the show premiered more than five hundred years ago in this very land. The one and only...




Kaiowá last breath

NATIVE SLAUGHTER!

Horrible, isn't it? And it is happening under the noses of our great and incredible politicians and rulers, authorities from several grades and institutions. All of them just watching the genocide. Political parties, they do nothing. They could gather a lot of their payed workers and sent them with a lot of midia to occupie the land and help in the complaint. They don't have work attachments that would make things very hard to conciliate, but for them it's pretty easy, since they only work for the parties. Why do they remain in silence?




Help us stop the Brazilian assassins. Help us stop the slaughter.


"Terceiro mundo, se foi
Piada no exterior
Mas o Brasil vai fica rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos indios num leilão"


- Legião Urbana

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Act 3 - Loved by Grace

She takes her top off and she would take more if it wasn't his intervention.

He
Wait. What? Wait for me...

She
Sorry, I...

He
I know, I know. You are used to do like this.

She
No, you are. All of you. I just thought...

He
That I was to like this as any jerk who comes here every fucking day. No. Nice to meet you. Why don't you sit here, next to me? I think it's a good start.

She
What? Are you like into some Woody Allen fan thing? Do you want me to play the stepdaughter?

He
No! Jesus. Come on, sit here. I wanna touch you.

She
Oh...I see. Yes. Why not?

He smiles and she forces a smile, then he laughs and she tries to follow him, but it is ridiculous. 

He
Yes, baby. Enjoy. Lets make this a plan for two, a little bit of joy in your journey...

She
Do you want me to be quiet? What is my cue?

His face turns into pure rage. She gets pretty confused by the reaction, as he gets up and start to dress on.

She
Or maybe I should just wait the conversation to finish? I'm sorry...

He
Cue? Patetic. Ok, I'm gone. Fuck you. 

She
Hey! Rude!

He
Have a nice day!

He slams the door with fury and take the stairs to the first floor. The doorman looks at him with a little distrust.

He
I hate these college degree bitches! Shit. Now what? What is the problema, old man?

Doorman
No problem, sir, not yet. But one more word and I will beat you up like a slum mad dog.

He shows his finger to the man and the whole world falls apart. He got beat up by the middle-aged short guy, with his strong arms and confidence, after a great jump from behind the table that was separating them. He goes away, walking a little weird, trying to find his cigarrets in his pockets. The doorman, with the pack in his hands, stands up in front of the building, smoking, as he leaves. A great smile on the doorman's face coloured the farewell.

He
Time is my allie. My revenge will come as a thunder strikes a fucking tree. There will be no more fucking fruits for the season, ladies and gentlemen, because my wrath, the mighty god of vengeance, is now on top of the world, screaming over dead bodies and prayers. Just you wait.

A big guy comes near, from the shadows, carrying a knife.

He
What? Who?

Big Guy
Shut the fuck up and give me the wallet, ass face! Now! Or I swear to god I'll cut you in three.

He
Ok! Alright. Here. Take it.

Big Guy
You're lucky, bitch. Very lucky.

The big guy goes away and he stays in the corner. The doorman laughing so hard he could hear it. He watches the sky getting cloudy and cloudy. He has only time to get a bunch of newspaper from the ground and cover his head. The rain starts heavy fall.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Fenômeno Avenida Brasil

Alguns amigos perguntam, incessantemente...

O QUE AS PESSOAS VEEM NESTA MALDITA NOVELA "AVENIDA BRASIL"?

 Bom, pra falar sobre isso, vamos ter de começar por algo menos específico, mais geral, que é a 


NARRATIVA

A narrativa tem um poder avassalador. O contador de estórias não é só responsável pelo entretenimento, mas um poderoso orador, capaz de transformar em imagens muito nítidas as palavras que ordena com capricho. Portanto, a arte de contar uma estória não é apenas a de ter informações pra dar, ou mesmo uma boa sequência de fatos, mas ordenar cada elemento em uma sequência extasiante. No romance, é justamente o labor sintático que cria estruturas visuais capazes de produzir, na mente, um filme ímpar. É o grande mérito da literatura, construir este momento, o instante em que o leitor se vê diante da recepção da obra em seu estado mais belo, o da contemplação, a consequência da interpretação, a bombástica visão daquilo se disse.

O cinema foi um espetáculo. O surgimento de uma nova linguagem, agora, morada dos gestos, cativou o mundo feito coqueluxe. Mas foi a televisão, esta caixa que habita conosco a casa em que vivemos, que construiu uma narrativa cativante. A novela é isso, uma narrativa que sofre cortes, pausas regulares, cujos personagens estão em um relacionamento espelhado na sociedade mais que real, ideal, onde os malefícios do dia-a-dia se tornam problemas especiais. É assim que providenciam a catarse do povo. O ópio. O remedinho pro dia seguinte.

OI!OI!OI

 
 



A novela sensação, Avenida Brasil, como todo bom produto, vem com todos os adereços necessários pra que o povo pense o melhor. Os capítulos começam e terminam em cenas fortes, decisivas, para gerar um verdadeiro interesse pelos próximos. Claro que este é o princípio das novelas, mas creiam, nada nas emissoras era feito com este capricho. Então, estou dizendo que esta novela é boa? Não. Estou dizendo que ela é melhor que as outras que estavam lá. O povo já é conformado com a vida que vai levar, vendo novelas, sabe disso, comenta o próprio infortúnio com um sorriso na cara. Quando aparece a chance de um prazer maior, de um pouquinho mais de intensidade, ah, é um transtorno, uma comoção, um fenômeno nacional. Por que kuduro na abertura da novela, se este ritmo sequer fez parte da trama, de um modo ou de outro? Se falavam de Charme, se o que tocava era o forró, ou pagode, por que este kuduro está na abertura? Um furaço. É porque tem gente $$PATROCINANDO$$ a música no ar. Opa. OIOioi.

Aí, dizem, vamos lá: 

1) "Não teve a empresa". Teve, sim, mas foi o salão. Qual outra empresa tinha rolando na trama? Nenhuma. Esta era a empresa. Os funcionários estavam sempre livres e dispostos. Tudo dando certo, tudo divididinho, as funcionárias virando gerente, dona. Que lindo!

2) "Não teve um vilão e um bonzinho". Teve sim. Santiago era o vilão. Tufão era o bonzinho. Nina é boazinha. Jorginho é bonzinho. As empregadas. Lucinda. Nilo, que saiu salvo como bêbado e doente, envenenado, redimido pela morte violenta. O bonzinho e o mau foram estabelecidos em dois grupos.

3) "Mostrou o subúrbio do Rio". AHAM! Hahahaha! Acorda. Já foi ao subúrbio? Sabe por que a família do subúrbio era rica? Porque senão teriam de fazer cenas em fila de hospital. Mais de uma. Nilo no hospital público, numa maca, durante quinze capítulos. Acorda. Isso é ridículo.

E a gente pode ir além, pode continuar por muito tempo, mas minha tendinite não me permite. Vou acabar aqui. Então, ó, legal, foi diferente, teve uma ritmo que deu o diferencial, cenários, luzes, mas é só isso. Trocou o amarelo pelo azul-turquesa, mas, e aí? 


É disso que o povo gosta, é isso que o povo quer?

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

METRO PHOTO CHALLENGE

People! Pessoas!

I am participating on a photo contest. I will show my pics and you vote if you want, right? Você só vota se quiser. É um concurso da Metro. São fotos em cinco categorias. Dá uma olhada nas minhas.
















 Thank you guys! Valeu!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A música está no Ar...co da Lapa! e por aí!

JAZZ

 JAZZ                                                                                                                    JAZZ




JAZZ

Jazzinho de New Orleans. Será exagero? Tem que ir na Brasserie, na Rua do Rosário, número 34, no Centro, na cidade deste Rio de Janeiro, onde a galera acontece com esse sonzinho muito esquema. Você toma um choppinho, que é meio aguado, verdade seja dita, mas há outras opções, cerveja, vinho, destilados, e ainda curte uma música muito relaxante e divertida. Uma comidinha também acontece. É traiteur, café, padaria e confeitaria.

Gorelick's "Jazz"

É um fenômeno carioca. Por quê? Acho que um mix de muitas coisas. First, muitos gringos estão na cidade. O funk é um genero que não se encaixa no perfil de muitas casas da Zona Sul e da própria Lapa, o que acaba deixando as mesmas com as opções de Samba e MPB, além do Rock, que apareceu mais recentemente com o surgimento de casas voltadas para o gênero.Acho que o jazz é uma opção considerada fina, com ritmo e swing o suficiente para valer a noite da galera. Além disso, a internet popularizou o som de Fela Kuti, Miles Davis, John Coltrane, entre outros incríveis, que trazem também o som do trompete, do sax, que envolve com a batida e se destaca pelo frenesi dos tambores.

O som instrumental, em geral, combina muito bem com o papo, com a fruição dos prazes diversos que oferecem a noite das casas noturnas, dos clubs cariocas. No entanto, não fica restrito ao espaço. A gente espera, inclusive, que o jazz volte pras ruas. Até pouco tempo, a galera fazia um som, um som no meio do povo, na noite, pro desfrute do relento. Acabou, ao que parece, mas a ideia fica.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

EXCISION: o filme





Este filme está disponível, com legenda, para assistir online. Se você quer ver um script que, ao enfocar a adolescência, consegue, de uma forma muito plástica, com aspectos oníricos que revelam gestos corporais em delírios de sangue e sexo, desenvolver outros aspectos da sociedade familiar, tais quais a felicidade matrimonial, a incapacidade de diálogo, o descontrole emocional, a falta de orientação, então este é o teu filme. É a estória de uma jovem que se atira na vida como uma romântica bem servida de estômago, vivendo um total conflito com a realidade e as pessoas ao seu redor.

Neopentecostais: the fever that came from the US

Os pentecostais surgiram nos EUA por volta de 1900, com a fundação de uma universidade. O que enfatizavam era, segundo consta, o falar em línguas estranhas, como expressão do batismo do Espírito Santo. No Brasil, a primeira igreja pentecostal foi a Assembléia de Deus, com origem nas fundações erigidas pelo estadunidense William J. Seimor. 

William Seimor

 A partir dos anos 70, uma galera nova chegou aqui, com todas as forças. Era o povo da Igreja Universal do Reino de Deus. No campo da mídia, as coisas aconteceram violentamente a partir desta época. Com o desenvolvimento das emissoras de televisão, da própria tecnologia de transmissão, os neopentecostais foram comprando espaço, mais e mais, usando fundos arrecadados entre fieis. Até aí, problema algum, dá quem quer. A questão é


POR QUE DESTRUIR A DIVERSIDADE?

estátua retirada de Petrolina
 Um deputado mistura sua atuação política com a fé que carrega pra vida, usando o poder nele investido para estimular a destruição de qualquer representação religiosa que não seja a dele. Passa por cima dos direitos dos cidadãos de liberdade de culto e expressão, com seu discurso ofensivo e inapropriado. Estamos perdendo o direito de nos expressar artisticamente, por causa de uma fé que se misturou à política e agora opera seus mandos e desmandos. Que palhaçada é esta? Temos todos de nos tornar evangélicos, abandonar as expressões esculturais da diversidade religiosa, exclusivamente por causa de uma renca de fieis sem educação e limites? Não é hora da Justiça deste país colocar freios na ambição descabida destes intolerantes?

Que façam seus cultos, que entupam as praias com sua fé cega, mas que jamais lhes seja permitido dominar a livre expressão do ser humano.


NÓS NÃO ESTAMOS NA IDADE MÉDIA!

 Alguém, por favor, bote freio nestes patifes, ou vamos perder nossa beleza de terra da mistura. Vamos nos tornar todos adoradores estúpidos de um bando de papa-níqueis, que idolatram o dinheiro com a mesma fé que desprezam a beleza. LUTEMOS.



domingo, 14 de outubro de 2012

Dictatorship: de novo!

ONCE AGAIN
                                  the one and only....

tá dominado, tá tudo dominado



REPRESSÃO MILITAR

Diferente da Ditadura, não são os militares que ditam as coisas, mas os empresários. É uma Ditadura do Empresariado, que usa as polícias para garantir o cumprimento da Ordem. Arbitrariedade é a palavra. Povo é cativo de uma elite que quer que ele ande na linha, ou então...



And what the hell can we do about it? Nothing much. Brazilian reality responds to a major reality, the world's. So, Brazil is like this because national and international companies need the low sallary and all the exploitation to make profit. It is very simple to understand the relationship between masters and slaves. Guns are pointed to our heads and what to do?

Today, they took Jacarezinho and Manguinhos, major slums here. They are solving historical problems by force, using violence and segregation. People that were born in complete injustice are now being treated as the only ones guilt for anything. This is crime against our inteligence and values. I am ofended, as human being, for all of this big absurd that is now happening. We are, once again, taken by the military, but now, not as a government, but as hound dogs.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Feriado



Um lance pra se contar a alguém



                Ela nasceu pra sofrer. Tadinha. A mãe, quando viu, deu um suspiro. Tinha um pouco de alegria, muito de admiração, um medo de leve. Tudo junto, pra ela, era o mesmo que uma coisa só: a primeira impressão absoluta da maternidade. Não tinha nem como saber, ao certo, tudo aquilo que eu ali falei. Mas tava lá, nela, lá dentro daquele corpanzil recém-castigado pela saída forçosa de um apêndice emancipado. E que coisa mais linda este pedaço parido de carne almada. 

                Assim, conforme o tempo passava, a cada miserável dia na terra, a cada rodopio afetado do planeta, a bicha ficava mais e mais bonita. Os parentes não conseguiam esconder os olhos dentro da cara. Faltavam deixar os pares nas cadeiras pra irem ao banheiro. Dona Iolanda, que é a mãe, cujo nome só me veio à cabeça agora, pra ser muito sincero, ficava mais e mais preocupada. Até o pai, ô desgraça, de vez em quando ela via, metia os olhos na filha. Era uma lindeza que não tinha par naquele lugar. 



                Você sai na rua e vê árvore, vê asfalto, vê bicho, vê carro, é tanta coisa pra ver, mas quando você chega na Rua das Alpacas Pardas, ali é que você pára e fica parado, derrubado das tuas raízes, abismado, completamente, de cabeça, naquela figura que parece uma sobremesa de gente. O nome dela? Não me recordo agora, mas já, já lembrarei. É alguma coisa como Úrsula, mas não é, entende? Tem uma força, mas não tem peso. Já, já eu me lembro. Acho que é Lívia, ou Marília. E tem alguma pompa em Marília? Nossa, que dificuldade. Bom, vamos chegar a um acordo, aqui, nós que estamos interessados em saber o nome desta menina, cuja beleza é um fogo que arde pra se ver: Amanda.

                 Acontece que Amanda cresceu, chegou à adolescência com um corpo de fazer crer o mais cético na geometria e proporções divinas. Não tinha feito ainda dezesseis anos, e justamente por estar debutando, foi às provas dos vestidos pra festa. Correu do provador, mal tinha fechado o fecho do sutiã, porque a gerente faminta não soube controlar as mãos. Passou aperto na volta da casa da amiga, certa vez, quando resolveu cortar caminho pela obra. Quase sai nua. Numa outra, foi o pai desta mesma amiga, que não tendo sido surpreendido pela volta da mulher, teria descabaçado a pobre na cama do casal. O professor particular, o instrutor de natação, a mulher da cantina, os motoristas, balconistas, jornaleiros, vizinhos e toda a sorte de gente que passava mais de dez minutos do lado da infeliz. 



                Passou um bom tempo trancada em casa, no quarto, mal saindo pra ir ao banheiro e resolver outras necessidades urgentes. Não ficou muito, percebendo que os irmãos a observavam pelas frestas e buracos. O pai buscou carinhos mais íntimos na décima noite depois da festa de São Duish. Foi uma choradeira, quebradeira de prato, louça, foi ralho, foi peia, foi muita aporrinhação, que deu na saída da menina de casa. Meteu uma mochila nas costas e saiu, com umas mudas de roupa, os trocados na carteira e a obstinação de quem quer se livrar dos encostos.



                Amandinha morreu atrás de um hábito. Seu corpo amadureceu coberto por tecidos pesados, muro inabalável que escondia os tesouros mais raros da terra. Fez questão de espalhar entre as irmãs, com muita cautela e capricho, que possuía uma deformação bizarra. A imaginação das enclausuradas deu cabo do resto. Em pouco tempo, cogitava-se que a irmã Alita tinha uma enorme verruga escura e peluda embaixo de um dos seios, que não tinha este seio, que era monoteta, sim. Outros, que tinha uma enorme cicatriz de um pós-operatório sinistro. Toda uma sorte de fantasmas encobriu a vida da irmã Alita, da pequena Amanda, trancafiada em seu corpo maduro, que depois de murcho continuou recluso, até que a morte lhe privou da privacidade e, para o assombro de uns tantos jovens curiosos, revelou não haver nenhuma deformidade ou estranheza. Dizem que o legista demorou horas a fio com ela, lá dentro.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Uma experiência burguesa: O Outback

Por anos a fio, ele resistiu ao outback...



                                                                                      a carne se descola
VAI! É MUITO BOM...                          vamo vamo vamo vamo
                    já comeu a cebola?                                                  VAMO?
COSTELA                                     mó vacilo           batata
 cebola             ah vai        na moral         de boa   qualé   fala sério  pelamor dideus  sério mesmo  cê tá de sacanagem  uma vez só  absurdo
APROVEITA CARA E       VAI DE UMA VEZ! VAI! VAI!
            É ÓTIMO              vai pô              bora pô  bora aê          bora bora bora!

NO MEU ANIVERSÁRIO                 a cebola e a batata                                                                            pede a batata
          ...vamo comigo mô...                        


OK. Eu fui. Já tem um tempinho, né, mas vou falar da memória viva no corpo.

só o filé

Então, desmitifiquei algumas coisas: que é um lugar muito caro e que só tem retardado circulando. Gostei muito do ambiente, do antendimento e, claro, podia ser mais barato, mas conhecendo os preços da matéria-prima ao meu redor, poderia, realmente, ser mais barato sem afetar a experiência oferecida? Explico:

As costelas são impecáveis. 

Não sei se foi sorte, mas toda a carne estava com a cocção perfeita, descolando do osso, coberta com um glacê perfeito de molho barbecue. As maçãs, o acompanhamento, nossa, caem perfeitamente, cozidas com açúcar e canela. Depois do pão australiano, com acentuado gosto de mel, acompanhado de manteiga, como cortesia da casa, valeu a grana investida, mas com muita certeza.

Agora, claro que você pode ir ali na esquina e trazer a sua costela pra dentro de casa. Pode temperá-la a seu gosto, usar sumos cítricos, fazer temperos mais ousados, talvez apimentá-la, talvez à milanese. O céu é o limite. 



Quando tiver energia, beleza, mas se quiser apenas comer, ou então, se quiser levar alguém a um lugar de luz agradável (na verdade, luz baixa me incomoda com o tempo), pra comer uma comidinha gostosa e por um preço que não é dos mais absurdos, não, então leva esse alguém no Outback. Claro, se você tiver qualquer experiência que contradiga esta livre expressão da minha subjetividade, por favor, manifeste-se com urgência.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eleições brasileiras: mayors and aldermen!

PERDEMOS! WE HAVE LOST!

We, quem? Nós, who? -----------------------------> A MUDANÇA


O RIO DE JANEIRO CONSCIENTE: CHORA.

Mais 4 anos?! Hell, no!

O Sr. Eduardo Paes e o Sr. Cesar Maia, dentre outros, conseguiram, novamente, manter-se no quadro político ativo do país. Paes conseguiu a reeleição na Prefeitura, com o apoio de Dilma, Lula, PT, PMDB e outros partidos  including the minor one who was declared on news as bought, by PMDB, to support Eduardo Paes' campaign. Besides, we all know Paes gave money to poor comunities, through it's samba representations, which gave him an enormous advantage on the others. And this money...came...from...WHERE? Investimento cultural, é? E por que só agora? É uma baixaria sem tamanho, que qualquer um pode perceber, está na cara, está declarado.



O surpreendente, no entanto, é o caso Cesar Maia. Why? Because he is not only involved with a lot of major bullshits done in the city, but he has done a thing called Cidade da Música, a space for music and all that concerns it, that never came to an end. It's there, incomplete, a thing that costed more than four times the previous work on Maia's time, Cidade do Samba. We have only one theater here, while São Paulo has seven capable to receive a symphony orchestra. Despite of all this crap, Maia once again is there, between the wolves, pretending to be the old and tenacious sheep he has been since I can remember. Now, he is just a alderman, but just wait, as Fernando Collor de Melo, he will, once again, rise from the dead and rule again!

RUN TO THE HILLS!
CALL BEAR GRYLLS!

And bring me some salted peanuts, for I want to eat them out of the C@N!



RIO DE JANEIRO... que medo, hein? No topo do Brasil, temos a ditadora Dilma Rousseff, que de brasileira só tem a intenção de voto. De lá pra cá, opa, vem uma renca de comparsas, que culminam no nosso vereadorzinho, Cesar Maia, passando pelo prefeiteco, Eduardo Paes. Shame on you, cariocas, really. More four years of pure BROMA.

sábado, 6 de outubro de 2012

"Fim de tarde", Fazendinha Mix

sangue nos olhos e martírio no coração
carcaça transpassada pelo tiro dum fuzil
puta que pariu, que grande contradição
sepultar amigos na beira do meio-fio

nunca me esqueço daquele fim de tarde
o pessoal na moral fazendo a sua arte
passando várias tintas pelos muros da cidade
até que a sirene fez silêncio na paisagem

"encosta aí, viado, acabou a sacanagem
vamo entregando o bagulho que eu sei,
tamo na atividade"

mas ninguém dava pala e a chapa esquentou
se não eram as drogas, seria outro caô
a bala já guardada tinha endereço certo
foi só o de menor puxar a lata e veio o berro

sangue nos olhos e martírio no coração
carcaça transpassada pelo tiro dum fuzil
Rio de Janeiro, que grande contradição
cidade maravilhosa para mafioso rico

eu vi, ninguém veio me contar
o tiro de misericórdia que foi dado na cabeça
do globeleza, moleque de visconde de mauá
que tinha se mudado pra tentar ser militar
ia estudar, não ia mais fazer despesa
queria guardar a grana pra mudar pra Fortaleza
mas já não dá, não pode ir mais pra frente
parece que o linguajar foi motivo pro tenente
largar o dedo na máquina e fazer deitar
o segundo adolescente numa noite sem estrela

sangue nos olhos e martírio no coração
carcaça transpassada pelo tiro dum canhão
essa é a cara do nosso imenso Brasil
sepultar amigos na beira do meio-fio

terça-feira, 2 de outubro de 2012

confissões de um vivente

tá sastifeito, né? tá sastisfetíssio! tua vida é uma driliça, cheia dos detalhe, das coisa pra se distraí, dos compromisso social com os plano que nego fez e que tu diz que é tu que faz pra tua vida. faz o caralho. tu faz o teu desenho, marré cas tinta e os pincel que os maluco te dero. tomá no cu, independente é a cabeça do meu pau. viado. independente de quê? tu nasceu, tu começô aí no coleginho, de repente tava saino cas menina do condomínio, tirano cabacinho das princesa lorinha, e aí? agora tu fica dano voltinha de carro e fazeno cursin na faculdade. que beleza. que independênça é essa? diondié que tu arrumô dinheiro, tempo, todas as parada que tu sempre teve na mão a vida toda? trabalhano que num foi, palhaço. então vai te tomá no teu cu, morô? 


cansei de ficá veno tu subi e descê, todo posudo. começô, na real, quando tu e aqueles teu amiguinho dero uma surra no batoré, naquele pobre coitado. tudo valentão. tudo meninão forte e valente. tudo babaca que tinha que morrê um purum. e vai. vai tudo. tu é o primeiro, porqueu fiz questão de começa com o melhor de todos. só que a surra do batoré nem foi A parada. depois disso, lembro que teve aquela história do teu amigo lá em tingá, ca puta, aquela viciada em pó que ficava pagano boquete no sinal. teu amigo comeu, bateu, pisô, xingô, passô doença e ainda deu nota falsa. nota falsa. num teve pagamento, num teve serviço. o babaca estrupô e deixô a pobre sem dois dente e com a olho torto. teve dirlocamento. e purcausa diquê? diz pramim, na moral. puquié quinum foi pracademia? purquié quinum foi trocá cusamigo? tinha quipegá uma puta e descê o cacete? como dicustume, num aconteceu nada cuminino e fico purisso mermo. daí eu vi tu, mané, defendeno o cara, dizeno quiucara perdeu a cabeça, mar quié gente boa e, afinal, puta acabava seno um tipo quiera prissu mesmo.


 masumelhó, cara, foi quanu tu recebeu a fábrica dierança e mandô todo mundimbora pra fazêu campo de aviação. aquela porra tábandonada faz quanto tempo? sei lá, sei quidilá pra cá, uma porrada de família sifudeu. teve nego perdeno parente, teve gente quinum tinha pronde í. tu simplesmente matô lentamente um monte de gente, só porquitu podia. só por causa do dinheiro qui tu usurpô duteus pai, ca discupa dissê filho. cuesse dinheiro é quitu matô um monte de gente. é por causo desse dinheiro quitu vai morrê.


reza aí qualqué parada, anda, quieu tô cum paciênça...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

amanhe-céu

há um sol nesta cidade
incendiando as ruas
incidindo sobre aço e concreto
sobre as pessoas ainda nuas
entre objetos cortantes
troco e comprovantes de débito

pássaros cantam nos cativeiros
ácaros festejam nos travesseiros
a falta de dinheiro do hospedeiro
de uma doença muito rara

- homem citadino passivo compulsivo
perecendo em silêncio nos redutos
de vícios antigos;
sendo ele não mais que resultado
dos méritos do improviso,
estando o viço à mercê dos atos.

há uma sina nesta cidade
que nunca se esconde
ninguém sabe onde
ninguém sabe onde
mas tem a tua e a minha parte
tem o teu e o meu nome