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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

god's touch



Érico Palmaton tocando o clássico Somewhere over the rainbow. Eu não perdia, se fosse você.


Porque o coroa é simplesmente foda.
Um vídeo pra alegrar os corações nesse fim de ano. Então, é isso.

Bom dia!

citação: não cite, recite!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cegueta

Não acho meus óculos. Que merda. E que tédio cavalar. Um emprego? Eu estudo, pesquiso e observo, não, muito obrigado, pode ficar com o seu e com as suas lindas férias na praia, ou seu carro novinho cheirando a bundinha de robô. Quando for a hora, novamente, quem sabe. Um ano sem trabalhar. Que coisa, hein? Sim, parasitando família, sim, vivendo parcamente, aproveitando pouco os prazeres do comércio, os luxos, as oportunidades, sim, não economizo pra comprar um apartamento, não vou viajar pra Europa, nem vou por acaso conhecer uma atriz global zanzando no Shopping da Gávea, onde só pra respirar o mesmo ar você já está pagando mais, sim, eu não vou ser um vencedor pra se casar com a sua filha...


E DAÍ? E QUÊ QUE TEM?

Eu, hein. Minha merrequinha tá dando, futuramente, se eu quiser, ainda rola de garfar uma bolsa pro mestrado, aí a grana é melhorzinha. Sim, de bolsa em bolsa, até chegar ao fixo, que eu espero não seja tão restrito.

Pois é, alguns curtem ver a estrada da vida de suas grandes janelas de vidro, ou ainda de jalecos brancos indefectíveis, outros preferem viver o movimento, um verbo que se desloca no tempo como uma criança que nem sabe que está nua. E como se vive o movimento amarrado a uma mesa pelo calcanhar?

CORTA ESSE FIO DE ARIADNE, FILHO DA PUTA!

Pra vocês, meus amigos, eu deixo aqui um presente mptrístico, um álbum muito bom, de uma banda que não deu lá muitos pulos. Blind Faith, banda de Steve Winwood e do grande e inigualável Eric Clapton. O álbum tem as clássicas Can't Find My Way Home, em duas versões, acústica e elétrica, além de Presence of the lord, composição do Clapton. Ginger Baker também dá sua cara no álbum, mas é Steve Winwood que domina.


CD: 1
1. Had to Cry Today
2. Can't Find My Way Home
3. Well All Right
4. Presence of the Lord
5. Sea of Joy
6. Do What You Like
7. Sleeping in the Ground
8. Can't Find My Way Home (acoustic)
9. Acoustic Jam
10. Time Winds

CD: 2
1. Jam No. 1: "Very Long & Good Jam"
2. Jam No. 2: "Slow Jam #1"
3. Jam No. 3: " Change of Address Jam"
4. Jam No. 4: "Slow Jam #2"

Baixe CD 1 aqui
Baixe CD 2 aqui

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Termina com ela II

o sapato agora ficou para trás

do pé que ainda se vê sombra

estilhaços do salto pelo chão

sementes agora transmutadas

pelas doze badaladas da noite


tudo compõe a cena da fuga


da barra de vestido que rodou

rodou e levou no vento a moça

aos cabelos cheios dos meus

melhores e mais ternos olhares


lá se vai a moça correndo na lua

tão negra no pano de fundo prata

vai fugindo da música que toca

serenata para um sozinho alado

que devagar faz mira ao longe

e devagar ainda vê cair ao som


do tambor


seu espelho partido




quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

sex a piu

nas tuas coxas
eu-me
no reflexo das esmeraldas
nossa
nem parece que me tenho
cabelo trigal
pele de fora
nariz à toa embicado
feito pássaro no vôo
preso no decolar
nunca entendi
essa vontade de chupar
a tua boca que me dá
essa gruta habitada
língua feroz cheia de fio
afiada no desvario
capaz de dar um nó na cabeça
dum homem sem si
e de novo escorro sem pressa
pra tua coxa largada aberta
e de olhos abertos durmo de ti,
sonho detalhes de pêlos,
costuras e estampas de bichos
e relevos,
e quando percebo tento
não vejo, quero divisar,
mas só há tecido lá,
só há tecido!
E a fome aperta da embalagem -
tecido o cio pelo fio que origina
toda essa lenga lenga
fico a morder a barra da cela
e se ela?
mas se ela?
vai que de repente...


e você acena lá de cima
"vem"
e sorri;
e eu digo,
"tá muito iluminado pra sair daqui"
depois de pensar "fudeu"
e domingo mais um pouco
de frente pro ninho
com o corpo louco já mexendo sozinho
escondendo o sorriso: brinco

tá com quem?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

tempos cardíacos

Salve, Mato Grosso. Que não é o Ney, mas que é um álbum bem legal do grande Sérgião Dias, guitarrista, músico, adolescente sensação da paulicéia. Seja nos Mutantes, seja em carreira solo, Sérgião sempre dá um esculacho.

Esse da esquerda é o Cliceu, músico, comunicador e amigo, sendo afetivamente enredado pelo grande Sérgio Dias. Sim, roubei a foto do teu perfil e não adianta ficar brabinho.

Pois então, o lance é que trago um álbum que o Sérgio Dias gravou com o Phil Manzanera, guitarrista do Roxy Music, banda do famigerado Brian Ferry, sabe qual é? Pois é, o Ferry andou aí metido a Bob Dylan. Mas falemos de Manzanera. O cara, como última referência curricular, esteve na produção do álbum On An Island, de ninguém menos que sir David Gilmour, a lenda viva, o homem do bend, o cara dos solos, ainda que a maioria só fale de Comfortably Numb e esqueça a existência de uma The Gold is in the. Excelente trabalho do Manzanera e do Gilmour, que renderam aí as turnês Remember that night com o falecido Richard Wright, aquele que levou consigo um sonho de Pink Floyd.






Sério Dias e Phil Manzanera - Mato Grosso

O álbum, é claro, tem uma sonoridade incrível. É tudo muito preenchido. Na primeira faixa você se depara com um clima tribal criado pela percussão, pelo chocalho, alguns sons de fundo que estão ali sugerindo. É impossível não se perder na progressão crescente, os sons vão surgindo, um a um, compondo o mundo onde Sérgião quer te jogar. A segunda faixa segue o mesmo clima, mas progressivamente os sons da natureza vão dando lugar aos instrumentos, de forma crua, e nos deparamos com uma mudança de andamento repentina, tudo recende ao poderoso alcance da World Music.
Assim segue o álbum, uma mistura de sons que sugerem a natureza, ritmos latinos, uma coisa de samba que vem na quarta faixa, pra logo depois, ainda na mesma canção, se diluir numa pegada altamente melódica de guitarra. Eu acho que não erraram na mão ali, não, quando optaram por essas mudanças. É sempre arriscado, mas se saíram bem nas ligações entre as partes, ao meu ver.

Ouça você, também.

domingo, 7 de dezembro de 2008

The Giant's Fall

Essa história começou há sete anos. Sim, exatos sete anos de angústia. Hoje, finalmente, a constatação. A queda.










E agora? Já não tenho tanto amor pelo futebol, mas é impossível dizer que algo não dói. Ecos, talvez. Quem sabe a última, a derradeira sensação de pertencer que se esvaindo deixa as marcas doloridas das pegadas pelo caminho que abre a braço.

O que se pode acrescentar? Lágrimas comovem os fracos. Por trás delas está o homem, sua responsabilidade, sua entrega, seu compromisso. Chorar comove as donas de casa, na novela, talvez, mas em campo significa que você falhou e não tem onde se esconder. Como uma criança você chora, porque não tem resposta? Não, porque você as tem todas.

Parabéns aos que tentaram afundar o Vasco da Gama: vocês conseguiram

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cosmic Wheels... Celestial Wheels!

Foi então que os deuses pediram um lugar para habitar e lhes trouxeram animais, e eles disseram que não era suficiente. E quando lhes trouxeram um homem, então eles disseram, sim, é-nos suficiente que moremos nos homens. O fogo se fez fala e entrou pela boca. O vento se fez alento e penetrou nas narinas. O sol adentrou os olhos feito visão. Os quadrantes do céu feito audição penetraram os ouvidos. As plantas e árvores se fizeram cabelos e penetraram a pele. Feito mente a lua penetrou os corações. A morte se fez alento dependente e entrou pelo umbigo. Já as águas feito sêmen penetraram o membro viril.

E saiba que assim como um jarro se reduz a pó; uma onda, a agua; um bracelete a ouro; assim também o universo se reduzirá a mim. Maravilhoso sou! Adoração a mim! Porque quando o mundo, desde o seu deus mais supremo a menor folha de relva, se dissolve, esta destruição não é minha.

indianismos

Donovan - Cosmic Wheels (1973)
http://www.4shared.com/file/70040386/8d43bcc8/Donovan-Cosmic_wheels-1973.html

1. Cosmic Wheels
2. Earth Sign Man
3. Sleep
4. Maria Magenta
5. Wild Witch Lady
6. The Music Makers
7. The Intergalactic Laxitive
8. I Like You
9. Only the Blues
10. Appearances

Donovan: vocals / guitars / strings
Chris Spedding: guitars / strings / bouzouki
Clive Chaman: bass
Phil Chen: bass
Cozy Powell: drums
Alan White: drums
Pat Halling: violin
Bobby Keys: sax
Produção: Donovan and Michael Peter Hayes

Esse álbum é sensacional. Donovan foi um grande músico da sua época, contemporâneo de Bob Dylan, coloborador dos Beatles, mas com uma vivacidade musical e uma necessidade de produzir ecleticamente que nos faz pensar em Peter Gabriel e na World Music. Vale ressaltar que participam do álbum os bateras Cozy Powell, que tocou com o Sabbath, Rainbow, Whitesnake, Jeff Beck, e Alan White, o cara que tocou com Lennon no Plastic Ono Band, que tocou com George Harrison no All things must pass, e também tocou no Yes, fase Yessongs.

Abraxas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Black Rain

There's rain on the horizon
Shows the window of my youth
Black rain like bullets flying
Black rain like men do

There's a storm coming around
Close the door of my old age
Storm coming like dogs barking
Storm like pain crystalizing

There was a sheppard where they took me
and they buried me for good
He used to say people always fly too high
neverending dreaming of angels
like loving at first sight
like loving at the last fight

Whispering wind hold the words
stormy pregnant mother goes
and goes and lives the tail of a red
monstruous dragon behind

some say a lullaby
some live to deny

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ausente


Ter
perder-se
feito poeira
Semblante úmido
no corpo amargo
um órgão ao funeral
mas nem uma nota
o compasso perdido
nem sequer uma nota
um brusco adeus
nem mesmo a saideira
uma súplica do pó agora grudado
esfrega as mãos
rude Fala
coça os poros mete as unhas
rude Afasta
ri da carne viva
rude Mata
e aqui dentro um silêncio
geme na carne
um tremor que me acende
espasmos de mortos
músculos desavisadamente impulsivos
um tremor que me anima
e me dissolve
que me reage e me amarrota
que me deixa num canto esperando
alguma coisa desfazer o instante do desencantado
aquele em que você fugiu me levando
mesmo eu tendo ficado
mesmo eu tendo agarrado
com unhas quebradas
o pranto que na garganta deito

sábado, 19 de julho de 2008

Vista do mar

Cinzas. Hoje o vento leva as cinzas, com um pouco de dificuldade, já que as lágrimas pesam sobre o corpo esfarelado da cidadania. Consumidos pela intolerância e pela necessidade de manutenção das estruturas, os índios da praia de Camboinhas tiveram suas casas destruídas pelas chamas de um incêndio criminoso. Sob a terra sem escritura, de um Adão sem rosto, a grande maioria vê florescer a injustiça homeopática que é alimentada pelas necessidade de uma elite confortável em seus palácios sobre as nuvens. Lá de cima, observam o espetáculo, o circo das aberrações que se digladiam em troca de um naco de pão.
O palco montado só aguarda pelos personagens, que também são platéia, porque a peça é interativa. Não sabem do roteiro, não têm idéia de suas falas, mas dão seus passos às cegas, débeis e espirituosos.
Somos os filhos de Hernán Cortez, somos os herdeiros do pensamento de coroa, somos os mesmos e vivemos como nossos pais. Não somos nada para além da subjetividade individualista que corre atrás do sonho da coletividade, que vive em pequenas aldeias familiares se empanturrando de quimeras comerciais em parcelas fixas e sem juros. Somos omissos, rebeldes sem causa, somos as vozes da indignação, mas uma indignação que se dissolve num momento de simples catarse. Somos os mesmos e vivemos nossos pais.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

HAHAHAHAHAHAHA


O SONHO NÃO ACABOU!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Chorare Cais

todo homem constata o abismo que tem ao redor... "homem algum é uma ilha"... não concorda mais, não é? Agora que o vento sopra na tua testa gelada, que os teus cabelos já não fazem mais diferença, agora você vê o arquipélago-mundo e todos que gritam uns aos outros em um pangeísmo esquecido

Camel não é só o cigarro do seu primo, mas um bandaço de rock ____________ (aqui você preenche por conta própria).

Harbour of Tears é um álbum temático que estetiza a história dos imigrantes irlandeses que partiram para a América em busca de uma vida melhor. A velha saga do imigrante.

Parece que Andrew Latimer descobriu que tinha parente dele no meio do jogo e criou esse álbum que só pode ser descrito como: Lindo.

Irish Air abre a experiência com uma voz feminina extremamente bela. Impactante. Isso me lembra que a minha tiny dancer perguntou, "é a Lorenna?". Não, não é a Lorenna McKennitt, mas não se preocupe se der vontade de ouvi-la depois. Irish Air Instrumental continua o start vocal com uma sensibilidade ímpar, para depois mergulhar na dolorida Harbour of Tears.

Cobh, a seguinte, ganha o nome do porto irlandês que inspirou o álbum, Cóbh Harbour, onde os imigrantes partiam sob as lágrimas dos parentes acenantes. Send Home The Slates é um folk maravilhoso, ou eu é que me sinto maravilhado? Música de duende? Excelente.

Nessa esteira, garanto-lhes, é um álbum que vale a pena do início ao fim. É uma experiência sonora de qualidade e por isso vale aquele tempinho na cama, olhando pro teto ou pra nesga de paisagem na janela, mesmo que pro seu vizinho pelancudo limpando entre as dobras, mas vale.

In this quiet place I stand alone
from my homeland far away
And my empty heart cannot recall
the forgotten dreams that brought me joy
Had I ways to shed the wasted years
I would travel to my kin
and with strength and faith in God above
there in Ireland I would gladly die

http://www.4shared.com/file/52428723/410811c/1996_Harbour_Of_Tears.html

sábado, 19 de abril de 2008

eternal prize...

quando a matéria abstrai é divino


e o que é a música, senão uma das caras do deus? ou deusa... ou dU...

O cara que contribui para o momento é Mike Oldfield.


Esse cara é genial, só posso dizer isso, esse hiperônimo de tanta coisa que eu sinto quando escuto suas composições. Sensibilidade total. Talento.

Suas influências são várias e isso fica claro nas músicas, todas cheias de particularidades, sem preconceito de origem fônica, tudo vale para tornar aquele emaranhado de sons um algo belo. Progressivo, folk, clássica, eletrônica, new age, o que ele pode ouvir, ouve, e isso o tornou um músico de verdadeiras trilhas sonoras.


Segundo o http://serie-echoes.blogspot.com/, o Tubular Bells, um trabalho de 1973, serviu de base para a trilha sonora do filme O Exorcista e vendeu bagarai, além de rolar um Grammy para o compositor aí.

O que eu trouxe foi uma compilação pessoal que tirei de meus arquivos, onze músicas que mostram parte do trabalho desse excelente compositor e multi-instrumentista. É considerado por muitos, ao lado de John Cage e Frank Zappa, segundo a Pídia, como um dos grandes compositores do século XX. Não sei, mas que é bom, é.

Eu dou todo o destaque para a maravilhosa Serpent Dream, três minutos de um som flagrante. Argiers também vale nota, é uma composição muito bonita. The Inner Child. Cara, dá pra falar muito de cada uma dessas pérolas. Eu gosto de todas.


http://www.4shared.com/file/44689591/1ad006fe/Mike_Oldfield_-_Vrias.html

Pra quem conhece, vale a pena. Pra quem não conhece, mais ainda.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

McKee foda

Falta do que fazer é uma merda. Convenciona-se dizer que estudar não é esforço, principalmente porque não gera renda, afinal, uma vadiagem, enfim. Portanto, cá estamos a internetizar esse momento com uma figura robusta de grande talento.



Não, não é o Zangief, é McKee, Andy. O cara toca bagarai, essa é que é a verdade. Fingerstyle. É, tipo, toca com dedos, unha, e cria essa harmonia bem particular, principalmente porque a mídia não coloca músicas desse tipo pro povão, então logo de cara você já sente um impacto.


E não bastasse o puto consegue fazer percussão e vãrios "malabarismos" completamente pertinentes, não punhetativos, que se reflete numa construção harmônica muito agradável. É uma experiência gostosa escutar o cara tocar. Não é algo que vai te conduzir para uma esfera reflexiva, ainda que sempre conduza, mas é algo que apela para as notas certas ao ouvido desejoso.


Dreamcatcher apresenta o cover de Africa, do Toto, que todo mundo se encanta. Tem a belíssima The Friend I Never Met e Schindler List, entre outras excelentes execuções (execução, sim, purista).




o/
obs: uma realização progvaquiana

domingo, 13 de abril de 2008

Please, stop that Parade!

Enquanto a nova novela da Globo, "Menina Isabella", vai se desenrolando aos olhos ávidos dos nossos compatriotas românticos, cá vamos nós seguindo pelas sendas da música marginal. Considerem que moro no Rio de Janeiro, não temos nem mais uma rádio rock. Estamos completamente privados de algo que não seja "toca o panderão", "balança essa bundinha", "vem chorar no meu colo", "sua filha da putinha". Essas coisas. Mas...


Você conhece Les Dudek? Se você conhece Allman Brothers, se curte a música Jessica, por exemplo, então você o conhece.


Guitarrista nascido nos anos 50, começou a tocar influenciado pelos Beatles, segundo a nossa querida Wikipedia. O cara se tornou bom, e dá pra conferir tanto na canção anteriormente referida, em Ramblin' Man, e nos seus álbuns. Além dos Brothers, Les Dudek tocou com Steve Miller Band, Stevie Nicks, Cher e outros.


O que eu vou disponibilizar hoje é o Ghost Town Parade, de 1978, um trabalho legal, principalmente porque quando você pensa em guitarrista pode acabar pensando em punheta instrumental, e longe disso, meus caros. Longe.


O álbum começa com a divertida Central Park, que mistura guitarra na medida, um coro de vozes femininas no backing vocal e uma surpreendente percussão. O título me fez pensar em outra coisa, o que é bom, ser surpreendido, nesse aspecto, é sempre muito bom. Em Gonna Move você novamente tem um encontro agradável e divertido com a música do Les. Acho foda o jeito que ele casa a voz dele com os backing vocals e tudo parece uma festinha. Música pra ouvir quando você está sozinho em casa, a fim de se divertir sem ter que olhar pra cara de ninguém. Você, dançando pra você, cantando alto enquanto faz um sanduíche escroto pra tomar com aquele veneno que desentope pia e tal. Em Does Anybody Care o clima é de um reggaezinho, ou posso estar maluco. A última música, homônima, é um fechar com o tradicional hard blueseado que cativa a todos os corações guitarrísticos. Vale dizer que a harmonia é bonita, os outros instrumentos não estão submissos ao espetáculo das cordas e tudo flui e frui que é uma beleza. Fora o vocal do Les, que surpreende, não por ser pirotécnico, mas porque apresenta, dentro das suas limitações, uma beleza agradável.


O álbum me deixou uma idéia de que o cara soube trabalhar bem o rock n' roll com toda a atmosfera setentista de saturday night fever.


Salut!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

feitiço do espelho

toda noite acordarás só minha
mulher

minha

toda noite acordarás só



http://www.4shared.com/file/40810550/7f3f11fc/Alceu_Valena_-_1974_-_Molhado_de_Suor.html

Um pouco de música brasileira
Alceu Valença num trabalho espetacular
do qual me abstenho de criticar por pura preguiça
e porque estou ouvindo o Clube da Esquina I, do Miltão e Lô Borges
portanto não comentarei
baixe e se amarre nesse trabalho original e muito bonito do Alceu.

what a shame... on you



que vergonha dona Sandra

meldelscomofass//

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Don't give in without a fight...


... ou do give in, você que sabe. Lutar para quê? Não existe verdade absoluta. Quando se luta está-se sempre lutando por uma causa própria. É importante entender isso. Não existe verdade norteadora, mas consenso, que para ter êxito deve estar abalizado pelo bom senso... mas bom senso não existe, logo, tudo é uma simples questão de decisão. Poder. Não é a toa que todo mundo quer.


O Poder cria Verdades.


Mas não se trata disso a postagem. Devido aos inúmeros pedidos, aos muitos e-mails e cartas que chegaram pelo correio. Graças aos telefonemas que recebi durante todo a madrugada de ontem. Exclusivamente porque conseguimos nos livrar dos processos legais...

Vertú. Ou Vertu. Não sei ao certo. Os caras que fizeram essa obra muito singular são simplesmente o grande baixista de jazz Stanley Clarke, técnico, criativo, inventivo, tocou com Coppeland, Jeff Beck, Al Dimeola, George Duke e por aí vai, coroa bizarro. O Vertu também conta com o baterista jazz/funk Lenny White, outra figura pop do jazz fusion. Rachel Carmel Nicolazzo (wikipedia stuff), pianista premiada e conhecida na cena jazzística; Karen Briggs, violinista versátil (achei bastante sensível a participação dessa mulher) e, ninguém menos que Mr. Kotzen na guitarra, fazendo um trabalho incrível que fundiu, literalmente, tradição e contemporaneidade.

O álbum é ótimo. Não há mais o que dizer. É uma experiência sonora muito inspiradora e vai tocar uns mais que outros, mas com certeza não vai desagradar ninguém (pelo menos qualquer um que não tenha uma cabeça de pandeiro).

http://www.4shared.com/file/39128693/7283fe2e/Vertu_-_Vertu_1.html

e

http://www.4shared.com/file/39132769/46d1a81c/Vertu_-_Vertu_2.html

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Às vezes eles voltam...

... dez horas da manhã e eu resolvo postar uma parada. Estou com sono e limito-me a fazê-lo debilmente, pois. Eis, então, aquilo de que se trata.



Psicodelia! Um trabalho assinado por Steve Hillage com ares de adolescente pré-Gong; vi pela internet que os fãs de Canterbury iriam gostar e fui atrás de mais conhecimento sobre o assunto. Pitadas de psicodelia, belas harmonias, letras de uma poesia patética, mas não num sentido desagradável da coisa, a estética talvez seja essa mesmo, formadora de belas imagens; a resultante é uma experiência bastante original para quem está convencionado às tradições populares.

Garden of Earthly Delights começa tudo muito bem, com um duo que não te arrepia a alma, até que chega a uma mais obscura sequência, um solo mergulhado numa atmosfera aparentemente mais densa. O som parece um lamento que persiste numa queda brusca. Azathoth, what the fuck?, você diz. É uma possível combinação de nomes bíblicos por H.P. Lovecraft, que os nossos amigos aí usaram para criar uma música no mínimo sinistra. Queen St. Gang é uma instrumental muito boa, não porque vai te deixar de queixo caído, mas porque te conduz para fora daquela atmosfera bizarra criada em Azathoth. Leg, a seguinte, já torna a coisa mais íntima. Um solão de guitarra bem feito, bem blueseado e estouram os vocais, a levada é boa, deixar-se levar é o mínimo. E tome de mais guitarra em Clean Innocent Fun, mas o clima é todo outro, a coisa desacelera e você já sente novamente o choque, uma espécie de "pára e roda!" . Metempisychosis, novamente, te leva pra um clima inicial de completo estranhamento, mergulhando em silêncio para surgir por mais duas vezes em arroubos instrumentais com uma harmonia muito particular, e termina por te deixar numa sensação de terrível abandono (hahaha).

Acabou. Tchau, Simeon Sasparella (Steve Hillage), tchau, Njerogi Gategaka (Mont Campbell), tchau, Sam Lee-Uff (Dave Stewart) e tchau, Basil Dowling (Clive Brooks).


==> http://www.4shared.com/file/37890711/90c24c56/Arzachel_-_Arzachel__1969_.html

o/

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Acordei há pouco...

e meio enfezado. Acho que preciso dar um pulo no sanitário e fazer as pazes no trono. Fumar um cigarro seria legal, mas fico meio bolado porque vou ensaiar daqui a pouco. Fumar dando um barro era uma parada que eu não valorizava, mas hoje em dia está se tornando um hábito. Daqui a pouco vou começar a ler jornal, fazer consultoria pela internet, preparar originais, fazer pedidos ao fornecedor, preparar planilhas... tudo do trono. El cagón!

Dogfeet! Psicodelia, hard rock, progressivo, Dogfeet mistura tudo com bons arranjos, uma pegada que varia entre o sensível contemplativo e o envolvente hardão, em linhas pouco arrebatadoras, mas agradáveis pelo balanço das influências. Confesso que não me seduziu como Jane, por exemplo, até porque é bem diferente, o apelo psicodélico aqui fica com os pés mais ao chão. Li uma resenha em espanhol que o cara diz que às vezes lembra Black Sabbath, às vezes Wishbone Ash. Não sei o que dizer, não agora. Diz você.

A banda britânica, pouco conhecida, conta com Dave Nicholls no baixo, Derek Perry na bateria e Alan Pearse e Trevor Povey nas guitarras e vozes.

A última faixa lembrou bastante algo do Hendrix... porque é um cover de Hendrix. Voodoo Child. Ficou bem legal, devo admitir, embora a energia da música tenha se perdido um pouco. Talvez seja a ausência do Hendrix me condicionando.

Dogfeet - Dogfeet: http://www.4shared.com/file/37334437/e6c44a8d/Dogfeet_-_Dogfeet__1970__part_1.html e http://www.4shared.com/file/37337321/1466792/Dogfeet_-_Dogfeet__1970__part_2.html.

ps: Sim, dividido em dois. E, pô, a parada veio sem os nomes das músicas, mas como eu sou legal, deixo aqui disponível o back do encarte com os títulos, assim vocês podem adicionar e deixar tudo perfeito.

Encarte: http://www.badongo.com/pic/2907714

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

There must be some kind of way out of here...

... said the joker to the thief

Mas talvez não haja, e aí? Você segura a sua onda? Vai ser consciente ou vai criar um deus na sua cabeça pra poder despejar nele os seus medos, as suas queixas e seus anseios, numa simples relação catártica, que vai resultar com você tendo melhores noites de sono e o mundo continuando por ser a mesma merda, hein? Mas eu respeito sua vontade. Foi mal pela grosseria.

MAs, contudo, porém, todavia, esse não é o primordial aqui

Fãs de Krautrock (roubei a dica do Progarchives, mas não conta pra ninguém, eu preciso parecer musicalmente erudito) vocês vão adorar esse álbum. Fãs de porra nenhuma, vocês mais ainda! Porque seus ouvidos estão livres da poluição teórica e da pretensão que acomete os que se dizem músicos!

Sonzão, cara. Daytime, cara, já começa com chave de ouro a porra do álbum. Tipo, tem uns trechos bastante emocionantes nessa música, cara. O vocal ajuda muito, um timbre grave, que tem alguma coisa de "tira meu ovo da boca pra cantar", mas de uma maneira positiva. Deu pra entender? Solão de guitarra daqueles que vai fazer os caras dizerem, "porra, que feeling!". rs

Try to Find, Spain, Together... todas são muito boas! Spain tem uma introdução bem marcante e toda ela se desenvolve bem psicodelicamente, loucona.

Essa banda é surpreendentemente boa. Não fossem os amigos da Progvacas, a comunidade mais progressiva do Orkut, e a que está dando suporte ao abaixo-assinado pela vinda do Led Zeppelin ao Brasil http://www.petitiononline.com/ledback/, não teria descoberto esse som.

Jane - Together: http://www.4shared.com/file/37290203/c087fdb6/Jane_1972_-_Together.html

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Going down the mercy street...

Peter Gabriel solo é melhor do que com o Genesis, se bobear. Mercy Street. Red Rain. Viajo. E vai dizer que é pop? Mercy Street tem um baixão irado, solo de flauta, um triangulo marcando no melhor estilo forrozão, rola toda uma ambientação do caralho dada pelas teclas e pelos vocais de apoio...

mas, porra, a parada nem é sobre Peter Gabriel.


Na verdade, eu venho aqui perturbar o silêncio da paz dos senhores pra oferecer esse produto que é de qualidade, não tem data de validade vencida e o camelô garante a satisfação do cliente que compra sempre com a gente. Jack Bruce, o baixista do Cream, aquele que todo mundo conhece de sunshine of your looooooove... então, que tocava com o Eric Clapton e tal.

Nesse álbum, Jack toca com o John, entre outros. John McLaughlin. Não? Nada? Mahavishnu Orchestra? Paco de Lucia? Al di Meola? ¬¬

Enfim, esse álbum de fusion é bom, cara. Curti muito. É mais tradicional que vanguardista, pra mim fica mais na linha do jazz convencional que qualquer coisa. Acho que o Hot Rats do Zappa segue uma outra vertente, pra efeito de comparação, menos tradicional, saca? Se eu estiver falando merda, corrige aí, tem o espaço pra recados lá embaixo.

Não obstante, Sam's Sack/Rill's Thrills e Ballad for Arthur, principalmente, são muito boas. Ageing também é legal, termina bem o álbum, tanto pela idéia quanto pela sensação que fica aos ouvidos quando soa a última e lamentosa nota do sax.

Jack Bruce - Things We Like: http://www.4shared.com/file/36979540/36257511/Jack_Bruce_-_Things_We_Like__with_John_McLaughlin__1970.html

ps: as músicas estão fora da ordem =( foi mal rs

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Carnaval In The Free(ak) World!


Keep on rockin' in the free world...


Neil Young disse isso, e nunca achei tão vazio quanto agora. Que porra de free world? Enfim, acho que ele se saiu melhor com Cortez, The Killer.

Só que o álbum disponível hoje não é nada do coroa, mas de uma banda chamada Morly Grey, americanos de Ohio, anos 70, que aparentemente é banda de um bom álbum. Não dois. Nem três. Não gosto dessa crítica extremista, cara, não gosto mesmo.
Enfim, o álbum é cativante. Os instrumentos estão todos em foco, todos responsáveis por grandes passagens ao longo de todo o percurso. Solos de guitarra bem hardão, um baixo que não chama toda a atenção, mas que aparece muito bem jogando aberto, pelas pontas, uma batera no mínimo disciplinada, e o vocal é legal, rola uma tripartição no caso. Não é nada atordoante, de cair o queixo, é algo que fica como a sensação de quando você escuta o Chris Robbinson do Black Crowes, saca? Tipo, "que vocal maneiro... meu vocal favorito? Robert Plant, por que?". E não, não estou dizendo que o timbre de um é igual, ou que lembra, estou falando da sensação de ouvir uma voz que não atordoa, mas que é bem agradável.

A grande verdade é que você vai se impressionar mais com os efeitos e os solos de guitarra, com o baixo e os pratos que soam constantemente como profetas. Ou não.


Músicos: Tim Roller (guitarras, vocais) ; Mark Roller (baixo, vocal principal) ; Bob Naval (bateria, vocais)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

No carnaval a gente emudece...


Então, continua a sina da letargia mental e da inanição física. Logo, mais um download disponível. Não pesquisei muito sobre a banda, rola toda uma dificuldade de achar dados precisos e tal. Zakarrias é uma banda de rock progressivo com muita psicodelia e uma coisa de blues que tem familiariza com o bom e velho. É uma experiência estranha pra quem está acostumado ao convencional.

O Zakarrias é o malandro dos vocais, mas ele também toca e compõe. Dizem que o vinil dessa bagaça é raro. Não sei dizer ao certo, acredito que gostei do álbum, mas não há nada nele que me excite muito. Acho a faixa The Unknown Years muito boa, pra ser sincero. Estou ouvindo agora. Pausas, mas não intervalos, silêncios necessários, uma batida boa, uma voz forte e pá...



Baixem. Ou escutem a Cláudia Leite cantar como a Ivete Sangalo no Programa do Raul Gil.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O que não faz o tédio?


Pois é, nada pra fazer, mais uma postagem. Dessa vez, uma banda de rock progressivo do Reino Unido chamada Mellow Candle. Eram duas pessoas, no início, e não, você não está lendo o Gênesis. Enfim, Clodagh Simonds e Alison Bools eram muito jovens quando começaram o projeto. Lançaram o primeiro single com 15 e 16 anos, respectivamente. Com essa idade meu instrumento era outro, mas vá lá, existem esses pequenos geniozinhos na nossa história, ainda bem.

O álbum que disponibilizo aqui é o único da carreira deles, lançando em 1972, chamado Swaddling Songs, um trabalho muito bonito, por sinal, já contando com Dave Williams na guitarra, Frank Boylan no baixo e William Murray na batera. A vocalista tem aquela voz macia, mas madura, não do tipo Sandy. As melodias são bem agradáveis. Agora estou escutando a música Silver Song, muito boa, por sinal. Uma melodia lenta, uma guitarra lamentosa, uma voz marcante. A intro dessa música me lembra Portishead.

Mas não é só de baladas que vive o homem. O álbum tem faixas animadas, ainda que a temática geral seja algo bucólico, um tanto espiritualizado, saca? Buy or Beware é uma dessas.
Depois que a banda acabou, os caras se dividiram e foram tocar por aí com nomes como Mike Oldfield, Gary Moore e Richard Coughlan, do Caravan, por exemplo.


"It is futile to expect a hungry and squalid population to be anything but violent and gross" - Thomas H. Huxley

Emancipação

Badi Assad não é Vanessa da Matta, graças a deus (mera expressão). É bom achar uma artista com personalidade, com talento, de fato. Badi tem completo domínio de sua voz, sendo capaz de tirar sons de percussão através de pequenos tapas nas bochechas, por exemplo, ou estalando a língua. A coisa toda é muito musical, não soa idiota. Tem uma voz linda.


Badi também toca muito bem, tanto que, segundo Jô Soares, a revista guitar player, mundialmente reconhecida (como se isso valesse um centavo), apontou-a, junto com Ben Harper e Tom Morello, como uma das promessas para o futuro da guitarra.


Eu não ligo muito pra isso, mas há quem ligue. Eu gosto da música. Do som. Das titulações, das disputas, das formalidades, não, deixo isso pra quem precisa.

Badi tem uma discografia curta, mas excepcional, pelo pouco que escutei. Agora, inclusive, estou ouvindo o Three Guitars, com participações de Larry Corryell e John Abercrombie. O som é muito limpo, muito gostoso de ouvir. A percussão é estalada, as cordas vibram com uma docilidade de pouca fita, num clima de bossa, chorinho, jazz... eu detesto nomes.

Badi Assad - Wonderland: http://www.4shared.com/file/36433560/22b042e9/Badi_Assad_-_Wonderland.html

Quem realmente curtir, vale a pena comprar o original pra dar uma força pro artista. Não se trata de uma popstar made in gravadora, mas uma artista muito competente que coloca sua arte à venda, como todos, mas com muito mais preocupação artística que a maioria, pode crer.

ps: créditos pra minha namorada que me indicou a dita cuja e que constantemente me traz pras coisas boas do Brasil, que eu sempre deixo de lado.



Rá!