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sábado, 7 de novembro de 2009

aniquilha

Ilha. Ininterrupta hulha. De repente, choque: pequenas minhocas elétricas dançam despertas no couro do homem, dormente ainda dos cansaços de sempre. Fagulha. Consciência do preto. Ouvir encostado à parede escura os primeiros sonidos do tempo. Metais em tilinte anunciando violentas vozes em comemoração. Bruxas! Mais uma libertação, espiralando o vôo no espaço três por quatro de céu a que temos direito. Família. Insígnia bruta do outro que vibra, grita, brita paredes auditivas, transcende o impedimento devassando a noite ainda do lado de cá. Um copo parado no batente parece bom o bastante pra pousar por lá. Abro os olhos, vejo o corpo: minha vida é um desejo de me lançar que estronda no parapeito; debruçado no quase impacto, no quase caco, em fragmentos que estão loucos pra se abandonar.


foge o rito.
às dez, um pássaro só grita.
o sono vai na barra da banda que passa.
fico.

uma gota corre a testa.
duas gotas agora.
o dia abrasivo gesta meu corpo
- da fossa ao forno
no inferno do figurado
acorda o mundo ficto

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