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terça-feira, 12 de maio de 2009

Vinde vós, Dionísio

Enquanto Apolo pode reger-nos em nossas aspirações à expressão, e falo da busca pela originalidade que promova a particularização, e aí a imortalidade, é Dionísio que nos deve reger como grupo, de modo que nossa busca pela individuação seja sempre um movimento coletivo, que não precisa ter forma específica, não precisa estar encurralada, desde que esteja em uma relação harmônica a maneira como se estruturará e sua renovação torna-se o objetivo da vida. O quanto não floresceria das idéias de cabeças livres e assim capazes de uma comunicação que não é doutrinação, mas experiência? Teríamos a interioridade convertida em um laboratório experimental da linguagem e de todo seu potencial actante. Ao mundo, caberia a representação, e as representações formariam seu relacionamento, trazendo autor e obra à baila, de forma que estaríamos num fluxo continuo e valeria, portanto, a máxima do conhecer como autoconhecimento.


Busca pela perfeição? De forma alguma. A perfeição indica que o desenvolvimento teve fim, que o movimento está cessado. Primeiro, foi o verbo, a ação, o que nasce e morre, e não cessa de nascer e morrer, e assim se renova, e ele é athanatos. O que se pretende é a liberdade para criar, para expressar, e a liberdade não apenas política, mas plena, a liberdade que não se interrompe diante da fome, da falta de instrução, da estigmatização, em suma, da malandragem. Para que o jogo tenha graça é preciso estar-se à par das regras e dos movimentos dos adversários. Na atual conjuntura, creio que estamos disputando às cegas com bodes expiatórios que teatralizam o maior espetáculo da terra. Que dizer, teoria da conspiração? E o inverso, que seria, teoria da adulação ou da acomodação? Uma teoria geral da alienação? Navegar é preciso.

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