
Hoje, voltando de viagem, tive outra. Percorri distâncias através do nascer do sol pra mergulhar na água ainda quente da memória. Foi na madrugada de domingo que pela primeira vez, passado e futuro trocaram olhares nos meus olhos, para um presente que, obviamente, se mostrara como um comichão na bochecha. Você simplesmente sabe, espero que sim, quando algo não coadjuva na sua vida.
A locomotiva puxava os vagões ainda fora do alcance da vista. Era apenas ânsia, alguns pares de cansados e a distância até a cama mais próxima. Um registro negligenciado da paisagem preparou a surpresa, assim que me dei conta do horizonte assinalado pelo azul mais bonito que eu conheço, aquele que anuncia a aurora, divisavando humores e os atos que se complementavam. Tem força e não perde a beleza, depois se transforma em matizes espetaculares até que impera o branco imparcial dos primeiros passos dos homens.
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