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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Missão Joaquim - Uma introdução



               Quando você vira um vampiro, sua vida se transforma em uma corrida contra mim. Um vampiro não tem nada a ver com uma pessoa, como gostam de florear os romances. Aquilo são escritores que gostariam de ter poderes sobrenaturais de qualquer tipo desabafando sobre uma folha de papel. Vampiros são humanos que perderam a capacidade de interagir socialmente, por se tornarem sedentos de sangue, por desenvolverem características físicas particulares. Não podem se reproduzir, não podem andar sob a luz do sol, não suportam luz muito forte e nem o calor, muito menos que mortais. Por isso, habitam lugares de clima frio e costumam caçar em locais onde são dificilmente rastreados e aprisionados.

               
                Não são animais, não se tornam selvagens, mas são conscientes de sua condição, por isso procuram a discrição, o isolamento, as sombras. Tornam-se caçadores de humanos, estudam seus movimentos, desenvolvem estratégias, associam-se a traficantes, passam tempos se alimentando de bicho de sangue quente. Eles são os inimigos do povo, os que podem e devem ser mortos em qualquer situação, sem qualquer prestação de contas. São considerados usurpadores da vida, por isso sua morte é um ato de contribuição ao progresso da humanidade. O indivíduo que entrega o refúgio de um deles às autoridades recebe, imediatamente, uma recompensa de dois mil.




                Esta estória vai contar minha experiência em São Joaquim, nas terras geladas da Serra do Mar, em Santa Catarina, quando fui trabalhar em um caso muito bizarro que aterrorizava a população: os fazendeiros e plantadores locais reclamavam constantemente do desaparecimento de animais, até que pessoas começaram a sumir e, como gota d'água, encontraram o cadáver de um menino. Aceitei de prontidão, primeiro, porque sempre quis passar um frio abominável, coisa que em toda minha vida havia evitado. Em segundo lugar, aceitei o caso, porque o menino foi encontrado pendurado pelos pés, em uma árvore, com todo o sangue drenado pela carótida. 

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