Pesquisar este blog

quinta-feira, 21 de junho de 2012

As zonas autônomas temporárias: um outro jogo

        O que são as ZATs, minha gente? Segundo Hakim Bey, um cara que curte ficar pensando, são associações organizadas sem a estrutura hierárquica tradicional, onde as pessoas se relacionam sem que suas identidades estejam investidas de poder pra controlar, pra se destacar, pra usufruir de prazeres exclusivos. Esta reunião de pessoas prioriza todos os esforços como responsáveis pela construção do todo. Por que o garçom é menos fundamental na construção de um bom restaurante que um gerente? Porque a faixa salarial é a demonstração disso. O proprietário é quem deveria reconhecer isto, como seus funcionários desempenham funções de igual importância para o restaurante, visto que um não pode fazer o trabalho do outro e o seu, ao mesmo tempo. E caso um fique de fora, o serviço é comprometido. Esta importância é clara e óbvia e deveria ser reconhecida no salário. 

       Meu pai foi comerciante muito tempo, agora está aposentado. Durante anos pude ver como se organizavam, o que falavam, do que reclamavam e o que queriam. Era um serviço pesado e até hoje é. Ninguém que tem seus desejos insatisfeitos pela pouca remuneração que recebe pode se dedicar a uma atividade extenuante, física e emocionalmente. É absurdo. Por isso, vivem num sistema de rotação, vivem saindo e entrando dos restaurantes, ou acabam doentes, com a saúde completamente debilitada pelos anos de esforço. Um homem de visão, que pensa na produtividade, observa que este tipo de ambiente precisa mudar, como o mundo mudou e os interesses mudaram. Os empregados voltam pra seus empregos depois de terem lido sobre "benefícios de emprego", "liberdade de atuação", etc., e você acha que o arcaísmo implementado na organização da empresa vai dar certo? Desculpe, seus empregados são mais inteligentes do que você, pois sabotam uma coisa fadada ao fracasso. Não seja burro, abra seus olhos, o mundo gira, você, que é o empregador, precisa criar as condições necessárias pra que seus funcionários trabalhem com gosto e dobrado, se preciso, dando risadas, por tudo que aquela empresa significa pra eles. 


   

            Fazer o bem pras pessoas não é fazê-las sorrir, dar presentinho, tapa nas costas, ninguém vive ou é reconhecido por seus esforços ganhando brinde. O que se precisa é conscientizar esses malditos políticos, corruptos e egoístas, poucos com algum escrúpulo e sensibilidade, de que o suor do funcionário e seu tempo dedicado à empresa não é pra ser recompensando com o MÍNIMO, senão, teu serviço será mínimo e teu lucro, que pode até ser grande, dependendo da empresa que tem (que se beneficiam do simples hábito dos consumidores, como uma série de Supermercados), mas nunca vai representar a competência do teu trabalho e o brilhantismo das tuas ideias. No máximo, representa o dinheiro que vem de berço e que se multiplica na exploração débil do proletariado. Coisa de quem não vale o que defeca. Grandes inimigos de uma sociedade mais justa, diga-se de passagem.

         Fica, então, a dica: quando for organizar teus funcionários, ou sendo você funcionário, pense que existe um mundo em desenvolvimento e que você precisa acompanhá-lo. Uma pessoa de boa-fé não explora outra, podendo manter com ela uma relação justa de recompensa por esforço. Uma pessoa que quer estar cercada de coisas boas não sai por aí reafirmando a sacanagem generalizada e nem perpetua o sofrimento. Existem diversas formas de se organizar empresarialmente. Seja criativo, seja honesto e seja justo, e tua vida vai ser o resultado disso. Seja tacanho, seja desonesto e seja injusto, e tua vida também vai ser o resultado disso. Morô?

Nenhum comentário: