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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

sex a piu

nas tuas coxas
eu-me
no reflexo das esmeraldas
nossa
nem parece que me tenho
cabelo trigal
pele de fora
nariz à toa embicado
feito pássaro no vôo
preso no decolar
nunca entendi
essa vontade de chupar
a tua boca que me dá
essa gruta habitada
língua feroz cheia de fio
afiada no desvario
capaz de dar um nó na cabeça
dum homem sem si
e de novo escorro sem pressa
pra tua coxa largada aberta
e de olhos abertos durmo de ti,
sonho detalhes de pêlos,
costuras e estampas de bichos
e relevos,
e quando percebo tento
não vejo, quero divisar,
mas só há tecido lá,
só há tecido!
E a fome aperta da embalagem -
tecido o cio pelo fio que origina
toda essa lenga lenga
fico a morder a barra da cela
e se ela?
mas se ela?
vai que de repente...


e você acena lá de cima
"vem"
e sorri;
e eu digo,
"tá muito iluminado pra sair daqui"
depois de pensar "fudeu"
e domingo mais um pouco
de frente pro ninho
com o corpo louco já mexendo sozinho
escondendo o sorriso: brinco

tá com quem?

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