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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Tropicália Lixo Lógico é o novo

Fui no show do "Tropicália Lixo Lógico", novo álbum do Tom Zé.


Uma experiência nova, já que ainda não tinha visto o veinho de perto.
No Psicodália, festival que frequento há algumas edições, confesso que dormi, vencido pelo cansaço, e não pude acompanhar a apresentação.


Desta vez, no lançamento deste disco, que para Caetano é o melhor desde seu renascimento, não poderia ficar de fora. So, here it is Tom Zé, the guy that was called back to music by David Byrne, for sometime the lead singer of Talking Heads and considered a creative mind too.



O espetáculo começou logo que Tom Zé foi anunciado pelo apresentador, como sendo aquele cara que não parou no tempo, que não vive de acústicos e nem de coletâneas. A man that is always producing something new, always thinking about how the sounds can become a show, something really organic and not an artificial creation for fools. Está completamente fora da indústria de entretenimento, viciada nas ilusões e correções em tempo real. Tom builds the thing for you, na sua cara.





Confesso, que preciso ouvir mais o
disco, porque não se pode apreender uma obra pensada com os sentidos excitados pelo espetáculo. A exegese vai vir de mais algumas audições, mas já posso adiantar alguns aspectos básicos da lírica de Tonza.

abraço no deus cornudo viril da música

O cara chega ao show "grávido de Gil e Caetano", como mãe da Tropicália, movimento encabeçado pelos referidos artistas, do qual o Zé estava na base. O músico fazia parte do grupo que tocava o som na Bahia, mas se perdeu no vendaval de holofotes, voltados apenas a alguns nomes escolhidos. Mais do que uma simples referência, diz que "o rabo não é a toa não", que aquilo ali era uma prova ritual, concebida por culturas passadas, pra representar o ritualista como um animal perante deuses, em toda sua humildade, conforme as escrituras. Assim, Tom Zé ironiza a trajetória que culminou com a Tropicália e seu "esquecimento".  





Como bem coloca o caderno de Cultura do jornal O Globo, o disco é um trabalho de reflexão sobre as origens e o que teria feito ser o movimento aquilo que se tornou.

" O tema voltou, depois de tanto tempo, por caminhos tortos. Refletindo sobre como teria acontecido a convergência de ideias que resultou no Tropicalismo, Tom Zé pensou em crianças que vieram de uma cultura oral, moçárabe, e que foram expostas no colégio ao pensamento formal, aristotélico. Sua conclusão foi que a memória da infância teria descansado no fundo do cérebro, até que o impacto do rock, dos livros de Oswald de Andrade e do teatro de Zé Celso Martinez Corrêa apertassem o gatilho, fazendo com que o lixo lógico viesse à tona. E desse origem a um movimento que os transformaria em heróis civilizadores da juventude brasileira."




            


fotos by Avati


É muito bonito ver um show deste homem. Além de assistir algo novo, de ver alguém que está sempre novo, acabamos diante da beleza da vida, do ser que vestiu a máscara e que brincará no palco até que seu corpo não possa mais suportar sua energia imortal. Tom Zé will work and create until his last breath and we, audience, there, in Circo Voador, we know it will be lots of fun with him until that day. 

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