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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Contribuindo para o fim do machismo

Acredito que as passeatas com exposição do corpo são uma boa alegoria para o que se deseja conquistar, mas tenho minhas dúvidas quanto a efetividade da transformação que possam promover. Quero dizer, legal, mostrem peitinhos para quebrar as regras impostas e reafirmadas todos os dias, mas procurem fazer um trabalho paralelo de reeducação do povo brasileiro. Isso é buscado nas escolas, nos cursos, por parte das mulheres e homens que exercem o magistério, todos os dias?

Uma das contribuições dos estudos de Bataille para o entendimento de nossa realidade, versa a respeito do erotismo. Diz ele, que uma das coisas mais claras nas relações eróticas é a "transgressão do interdito", ou seja, fazer merda. Quer dizer, agir a despeito das regras, para sobrepujar a proibição. O proibido é realizado como forma de quebrar o paradigma. E o que essa observação de Georges Bataille nos diz, além? Que nossa educação, conforme orientados, nos leva a uma construção erótica, em que se pode constatar esta postura transgressora para a realização do prazer. Em verdade, percebemos, claramente, que é uma conduta muito ligada à herança cristã de culpa e interdições.


No means no. Can you live with it? You should.

Para que o homem pare de buscar o prazer no estupro e na humilhação, para que a mulher seja percebida de outra forma, não mais como um "não que quer dizer sim", então, é preciso criar uma educação em que se estimule a criança a construir sua vivência erótica de outra forma. Ele não tem aprender que deve conseguir o que deseja a qualquer custo, por exemplo, mas vivenciar com maturidade o jogo de conquistas e derrotas, em que o resultado é muito menos importante que o processo de busca, já que é, em verdade, um recorte do momento que se quer enfocar. O que quero dizer? Conseguir ou falhar é só mais um momento na série de instantes da vida, cujo sabor é, claro, mais doce ou amargo, mas que ainda é sabor e não sentença. Ou seja,  estimular o sujeito a gostar do jogo das atitudes respeitosas, pra que ele sinta prazer nos movimentos honestos que faz no tabuleiro da fortuna, convivendo alegremente com suas perdas e ganhos.


Man will be free by forgetting violence

Nossa contribuição, como falei, é levar este pensamento às escolas e aos centros onde a reflexão para a educação é possível. Promover debates, explicando a base da organização que se idealiza, que é a de um mundo social construído com capricho e minúcia, em que as necessidades individuais, todas, sejam abrangidas pela estrutura criada pelos seres humanos em relação. Agora, claramente, em uma escala global, de comunicação instantânea.

All we have to teach our children is how to like the game of losing and winning, not the opposite, not the stupid idea of go get what you want and do not fail. This is mind prisoner.Let some prohibitions be part of the fun. 

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