Sou o teu fenômeno. Fecha os olhos e sinta. Pode rejeitar a chuva que dá na cabeça, de repente, com tuas mãos estendidas e teu grito medonho? Pois tentando fica numa tal situação de embaraço, um desespero que claramente alerta ao ser sem qualquer sujeição; esse nunca admitir a falta de senhoria sobre as coisas vivas... Aceita, sou teu fenômeno!, uma crença abandonada, cujos fantasmas são reis na escuridão grosseira que tua memória legou aos fatos, mútuos entre nossos corpos, raros. Fazer de nós um nada? Desembaraçar olhares na marra? Que tipo é você que mergulha os retratos no limbo, que apaga os acidentes epidérmicos feito uma espécie rara de ácido não-sei-o-que-lá-ico? Pois não pode destituir as pontes dos passos que faço do presente ao passado, onde meu regozijo é lato e denso, onde meus momentos são o conteúdo do teu índex actus prohibitorum. Bálsamo dos primeiros dias ao relento, mas agora este projeto de evasão, tão ingênuo, tão cheio de energia e pouca reflexão, tão longos os gestos e rápidos os dias que se esvaem como se a ferida estivesse para sempre aberta. E está, não é verdade? Abre tua boca, não escancara tuas pernas, bebe em goles poucos, deixa que os espaços se preencham dos lamentos da sede, que a tua saciedade seja um quase-lá deste vir-a-ser que nada é, afinal, senão fenda. Greta na rocha do torso onde venta um canto iâmbico, de três ou quatro versos épicos que declama aos ácaros, todos muito perplexos. Nos teus sonhos os castelos serão derrubados, no lugar deles virão os prédios, e verão os homens no inverno, de suas janelas dilatadas, que cada pétala sobre pétala traz uma gota do teu barro vermelho, que a tua alma está por trás de cada luz que se acaba antes de vencer as estrelas, presa às minhas veias pelos lábios molhados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário