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segunda-feira, 8 de março de 2010

idiotecnocracia

Ao meu redor, baixezas, idiotias. Sim, estou falando sobre os idiotas que compõem a nossa sociedade ativa e inativa. É pretensioso da minha parte? O que é mais danoso ao ser humano, a pretensão, muita vez a fumaça espessa do óleo que queima por dentro, ou a apatia diante do medíocre, a fanfarra diante do fácil, o desejo pelo que já vem deglutido, o deslumbre pelo que reluz, ainda que não seja ouro? Penso que sua resposta vai definir as coisas entre nós dois.

Milhões de pessoas sustentam bundas, peitos, corpos quaisquer com o suor do trabalho, de várias formas, fazendo do cuidado e do desenvolvimento do corpo, além de implantes e cirurgias corretivas, algo de muito mais valioso que a maioria dos diplomas. Muitos estão satisfeitos com o fato de que homens que correm atrás de bola, alguns até gordos e enferrujados, ganham salários milionários enquanto médicos ganham muito pouco pro trabalho que fazem e pra dedicação que precisam ter. Vários indivíduos estão aí, sustentando uma indústria artística viciada no romântico barato, no apelativo em excesso, no clichê reproduzido em série. Inúmeras pessoas anseiam por reconhecimento, pelo familiar, pelo local seguro, um terreno reconhecível onde possam pisar seus pés calejados.

O que se pode pensar de pessoas que choram por estar diante de um ator inábil e que pouco provou de sua carreira? Isso quando não é claro que o tal talento é baseado exclusivamente na padronização da beleza. O que se pode achar de pessoas que se matam por conta de um jogo de futebol em que os atletas, todos juntos, não tem metade da dedicação e entrega daqueles que ali estão torcendo e se matando? No que devo crer quando descubro que uma escritora ruim, de estrutura e conteúdo mais do que previsíveis, insípidos, nada desafiadores, é uma das mulheres mais ricas que existe? O que se deve concluir quando uma mulher, que comemora o dia que a segrega da totalidade humana, nem sabe o porquê do que está fazendo? O que se diz de movimentos que pregam o orgulho racial, o "100% Cor", como resposta a outros movimentos que também pregavam o orgulho racial?

A serpente, que se arrasta para sempre, trazendo na boca o beijo mortal, é a primeira a dançar ao som do pássaro canoro, livre nas nuvens que cultiva como altar.

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