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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

profissão de fé

Artista e político não deveriam receber um centavo pela atividade que desempenham. A atividade que realizam não é uma necessidade, mas uma busca pelo aperfeiçoamento espiritual da vivência e da convivência. A política, organizando e garantindo o que desejamos enquanto coletividade, e a Arte, expressando a universalidade desta mesma comunhão.

Quando as tornamos uma prestação de serviço, arriscamo-nos à corrupção, à desvalorização do trabalho em prol do soldo, cada vez maior, capitaneado pela ambição de atingir um certo status. Os valores primordiais que devem reger a criação do artífice caem por terra diante da possibilidade de ascensão social.

Se ao trabalhador fosse dada a chance de ter uma profissão estável, com remuneração justa e tempo suficiente pra que possa viver para além das obrigações, a produção artística não seria limitada pela necessidade, assim como a visão daquele que deve cuidar dos direitos do cidadão. Teríamos esferas de criação e execução livres desse câncer chamado "necessidade".

A carência aleija. Posso estar errado? Sim, mas quem estiver certo, por favor, que se manifeste, porque não consigo pensar em nada melhor no momento, não enquanto vejo pessoas enriquecendo com trabalhos medíocres, muita vez celebrados como "obras de uma vida inteira de dedicação...".

Meu ovo.

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