Por que não, o Feminismo? Bem,
essa é uma pergunta interessante. Assim como o Machismo, acredito que é uma
forma de ver o mundo onde um dos sexos é privilegiado, seja qual for o motivo
pelo qual está sendo usado. De cara, acho nocivo esse uso, um dos dois como solução
pra qualquer coisa. No caso do Machismo, estamos falando da estrutura em voga,
no caso do Feminismo, das aspirações que as mulheres têm pela igualdade. Como disse,
em ambos os casos a bandeira representa a vontade de um dos gêneros.
De maneira alguma, estou falando
que o feminismo não tem ou teve valor. Ao contrário, o feminismo é o primeiro
gesto contra o sexismo. É o primeiro ato, o proceder fundamental pra que qualquer
discussão fosse iniciada: representa a coragem da mulher para se levantar em
sociedade e dizer, "estou sendo oprimida e desvalorizada por meus
semelhantes". O erro, a meu ver, é quando o Feminismo deixa de ser essa
vontade inicial, que deveria se converter em educação de todos para o fim dos
privilégios baseados no gênero, e se torna uma filosofia do orgulho feminino,
criado e transmitido para juntar as mulheres contra os homens. O eterno clube
do Bolinha contra o da Luluzinha, onde cada um tem seus problemas e um não deve
se meter com o outro. É uma estrutura que sustenta o surgimento de eventuais
conflitos, já que continua a separar e colocar um de cada lado, como nos
antigos bailes funks de corredor. Lado A contra Lado B.
Estamos em um tempo, onde o
passado deve ser transformado em face de uma educação saudável, projetada para
desenhar um futuro melhor para nossos homens e mulheres, ainda crianças ou
projetos de. A divisão da sociedade humana em grupos que defendem uma solução
para os problemas de cada um ignora que tais problemas são de todos. Esta
divisão é, também, muito interessante para as lideranças políticas, que podem
trabalhar as diferenças para construir seus eleitorados. É uma perda de tempo
absurda viver como se não pudéssemos lidar com os problemas e resolver
diferenças que há muito deveriam ser apagadas. Veja, não é a história de
esforço da mulher por sua liberdade social que deve ser apagada, porque ela é,
como disse, parte da própria luta contra o sexismo; falo das condutas e saberes
que constroem homens e mulheres para escolher lados, ao invés de darem as mãos
e resolverem os problemas juntos.
Acredito que assim deve ser a
postura de qualquer um pela liberdade e igualdade entre as opções sexuais, e os
direitos inerentes à convivência em matrimônio, pela liberdade e igualdade às
opções de culto (o que não significa fechar os olhos para evidências de
manipulação da fé pelo retorno financeiro), pela liberdade e igualdade no uso
da expressão (o que não significa impunidade, mas cuidado e transparência na
análise do discurso).
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