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sábado, 28 de janeiro de 2012

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A diferença é o verde

O que separa o Brasil de ontem e o de hoje é o verde. Antes, quando era quase tudo que existia ao redor, este país era casa dos nativos, que por sua vez já era uma gente que tinha vindo de outro lugar, que tinha atravessado um caminho que foi destruído por intempéries naturais. Essa gente foi tomada como incapaz e domesticada por homens que usavam desculpas e ilusões como armas para conseguir a dominação material e espiritual. Trabalhavam pela sobrevivência, ganhavam prendas e muitos tinham pena deles. Tanto era a fragilidade desse povo que precisavam de proteção, de uma cartilha para seguir, de ordem e moral, de um líder para lhes dizer como e quando e onde, além de todos os porquês.

Hoje, o nativo brasileiro obedece à mesma cartilha, luta para sobreviver, recebe algumas prendas e, principalmente, a instrução sobre o que pensar, como pensar, quando e onde pensar e expressar, e todos os porquês que as máquinas mais inteligentes podem produzir, numa série nunca antes vista pelo homem. A tecnologia, o desenvolvimento das estruturas, os pactos sociais, principalmente, que estão velados pela violência das autoridades, deu a falsa ideia de que nos tornamos algo melhor. Não, o homem se modernizou materialmente, mas continuou preso às mesmas ideias do passado: um bocado de pessoas bravas e conformadas deve suar bastante para que um grupo de indivíduos especiais não o faça, de forma que a riqueza seja desfrutada pela capacidade de escravizar, não a de produzir.



A diferença é que hoje tem menos verde, tem mais concreto e metal, uma falsa ideia de progresso, a mesma estrutura governamental de antes – uma família real instalada no seio de um povo estrangeiro, que precisa passar pelos três ados: domado, orientado e disciplinado. O amor à pátria é uma ideia doente plantada na terra da gente, enquanto quem olha a maré diz que é, mas não é, nunca foi e nem quer.

Doze big brothers depois, nosso salário continua sendo a coisa mais ridícula da América do Sul, se formos olhar as proporções. Uma Juliana Paes depois, a vida continua dura, não encontra consolo na protagonista burra e apaixonada, nem no fim que nunca acaba. Um Roberto Marinho mais tarde, e o brasileiro não se coça, parece embriagado pela reportagem, perdido em tanto especial, tanto decote, cada sorriso, ensaios para revistas e filmes pornográficos na rede, especial de esportes, Bispo Macedo e má sorte. 


muitos serão pouco, pra que poucos sejam muito

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