Tenho perdido um tempo aprimorando o inglês. É preciso dar uma enriquecida no vocabulário, observar a sintaxe e a pronúncia. É obrigação de todo professor fazer com que as suas habilidades se combinem a novos recursos, de modo que a aula seja interessante pra todo mundo.
Os audiobooks do "Percy Jackson", criação de Rick Riordan, têm seu mérito neste aspecto da coisa. Não é narrativa pra mudar a sua vida social, nem a de seus semelhantes, tampouco vai tirar o seu fôlego pelas características estéticas. É curioso, ajuda bastante a desenvolver a audição, pronúncia e enriquece o vocabulário de quem está aprendendo o idioma (inglês). Se você puder, adquira o produto, senão, simplesmente dê um download via torrent, que vem rapidinho.
Ainda não tive coragem de ver o filme, porque sempre tem alguma coisa melhor pra fazer. Claro, o lance é um "Harry Potter" com algumas diferenças, que não fazem lá tanta. No livro, nada demais, também. Dei uma olhada. Claro que se você compara com o que fez a milionária Stephanie Meyer, a obra do Riordan tem brilho. Perto de um monte de coco, qualquer casca de banana parece divina. Não vai te acrescentar muita coisa, sinceramente, nenhum dos três supracitados, mas vai ajudar, caso você tenha um objetivo específico, como esse, o de aprender um idioma, o de se interar de algo hodierno, na cultura deles, que se reflita na narrativa. Mas, até aí, muitas outras coisas melhores podem fazer o trabalho, também, e como adicional, ainda te proporcionar prazer e mais prazer.
Diego e eu gravamos essa, sem pretensôes. Uma vontade repentina de colocar isso pra fora. Disseram a mim que "Dindi" não é uma mulher, como eu sempre achei, mas um lugar, um lugar que o Tom imaginava ou possuía, não recordo.
Mais uma super produção hollywoodiana, que não me parece ter outro intuito, que não o de encher os bolsos dos protagonistas e a cabeça do povo de baboseira. Charlize Theron é uma bruxa no pior estilo Monica Bellucci em "Os irmãos Grimm", ou mesmo Michelle Pfeiffer, em "Stardust", e a coisa poderia se estender.
O caçador? É ninguém menos que o Thor, Christopher Hemsworth, que parece não ter se esforçado muito pra abandonar o nórdico. Os mesmos trejeitos e a fala, as expressões.
Agora, o clichê básico, aquilo de mais previsível é a participação da sem gracíssima Kristen Stewart, que é a fichinha barata, em que Hollywood deposita suas esperanças financeiras. Dona de um rostinho bonito, a péssima atriz coleciona interpretações exageradas e papéis com a relevância de uma refeição de hospital. Sua atuação é patética em tudo que pude ver até hoje, sem exageros. Nesta versão, pra variar, a personalidade masculinizada da atriz ganha contornos em uma Branca de Neve que veste armadura e luta.
Pra terminar de lançar a bosta no ventilador, "Snow White and The Huntsman" tem um concorrente de peso. Outro filme sobre a pobre coitadinha foi rodado com Julia Roberts e cia, numa versão mais cômica, mas onde a princesinha também tem seus momentos de bravura. Claro, nós vivemos o tempo das mulheres, uma princesa que não pega numa espada e luta, não é uma mulher digna de respeito, não é isso? Já vem acontecendo desde "King Arthur", quando Keira Knightley faz uma ridícula interpretação de Gwynevere. O trailer de "Mirror, Mirror".
E aí, qual será o mais porcaria? Aposto no valor bostal de ambos!
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
matando o tempo no som e no silêncio. "Blues Menino" é uma composição de Avati e Gabriel Mathias. Aqui, só um improviso, o esqueleto, aquele take pra ficar e trabalhar depois.
The Se tem um cara que eu adoro, de graça?, jamais, com todos os méritos do mundo, é o grande Dorival Caymmi. "Caymmi e seu violão" é um álbum de 1959, da época do Guaraná com rolha, quando a Ana Maria Braga chegou na idade da Loba.
Dorival não tem par. A voz, os versos, o modo com que a brasilidade que ele traz na veia se faz música, se faz poesia cantada, é coisa linda demais. Sempre que posso, coloco essa beleza pra rolar e, sem brinks, o lance é uma terapia pras suas células e pra harmonia do seu organismo. Fecha os olhos e perceba como cada acorde e cada palavra interpretada te traz um pouco de maresia, aquele pedacinho de saudade do que se nunca viu, aquela dor da perda que se nunca teve, todos embarcados na jangada que o violeiro conduz, soprando o vento que se origina nesse coração imenso, caverna lírica, onde habitam personagens dentre os mais bonitos da música popular brasileira.
Aqui, faço uma tradução de Dorival pro inglês...
The good from the sea
The fisherman keeps both of love
One good at earth, one good at sea
The good from earth is the one that stays
behind on the shore when we are going away
The good from earth is the one that is crying
but makes up her smiling when we're going away
The good from the sea, is the sea, is the sea
that takes us away
Sim, sim, como não? No país onde a coisa toda é uma grande sacanagem, faz muito tempo, as porcarias que importamos da cultura do norte não param de surpreender. Eu assistia às chamadas de um reality onde as pessoas que participavam eram os milionários americanos, seus filhos super-ricos e animais de estimação com jóias invejáveis.
Só que quando a coisa quer tomar o palco na sua terra, num lugar em que podemos definir como o paraíso pra superexploração de trabalhadores, investimento e lavagem de dinheiro, você fica assustado que uma coisa dessas chegue ao insulto.
E a gente tem de ouvir isso, coisas como, "a sissy é um cachorro feliz. Vive melhor que muita gente...hihihi....infelizmente". É isso que esse programa vem trazer pra gente, pras nossas vidas, o dia a dia de pessoas que têm famílias riquíssimas, e nós sabemos, historicamente, que nenhuma delas tem origem justa, seja por atuação direta ou omissão, é isso?
Uma coisa sensata disse essa lindeza aí no vídeo, "o rico tem de gastar". É verdade, a estrutura capitalista necessita desse tipo de incentivo, senão o capital fica parado e gera colapso. E daí? É só um dado, podia estar numa página de revista, num guardanapo. Foi pra isso que torraram grana, material e produção? Pra um bando de peruas que vivem da futilidade e da exploração que é feita no país tirarem onda do que podem fazer?
Essa aí, lembram? Trabalhadora e voluntária na causa dos sem-terra. De batalhadora e engajada na causa dos homens que precisam, até hoje, talvez mais do que nunca, de assistência, a mulher se tornou uma emergentezinha que fica tirando onda com dinheiro na televisão. Isso tudo embaixo do nariz de quem se aperta direto pra pagar as contas, e com que consideração?
No programa "A Liga", uma mulher muito idiota, que se diz formada na Suíça e cometeu gafes bizarras, justamente onde ela apontou, de forma brilhante, o que é educação: é se importar. Exatamente. Educação é quando você adquire maneiras de tornar a sua vida e a vida das pessoas ao seu redor, num momento de interação, uma relação agradável, pra se recordar. O que essas mulheres, nesse programa, perderam, antes mesmo que as câmeras fossem ligadas, foi a dignidade. Não existe qualquer bom gostou ou decência ali, entre um sorriso noiado e outro da tal Narcisa.
Sincerely, this worshiping thing all over Chico Buarque is more than boring, it's a bad shit to teach our children: how to have an idol that just doesn't care. Come on, what kind of great artist does the same show for an entire century? It's the "João Gilberto" effect. Everything is just settled, why try hard? You can find a bench, grab the guitar and just sing like a fucking old man saying goodbye to all life around. But for long minutes.
He could find a man to do great sets, he could have a band to make the devil out of music, he could characterize his voice to create huge performances. But why? Why he and a lot of old and new artists would do that? Everything is already conquered. He just doesn't need to do more than breathe, because propaganda, Globo and stuff are well prepared to guarantee the worshiping even after his death.
I am not against the party time, not against joy and a calm life. But why try to sell me this shit like if it was needed to be served as a hospital meal? Man, it's...
"Artists have the right to be humble and the obligation to be vain." - Karl Krauss
O que é família? Segundo é constatável, trata-se de uma união harmoniosa entre seres da mesma espécie. Alguns dizem que foi deus que ungiu essa união, mas outros, como Levi-Strauss, afirmam que trata-se de uma união baseada no mais puro interesse. Veja bem, antes não tinha polícia, não tinha justiça, daí a coisa era na mão grande. O homem é forte, a mulher é resistente, os filhos cuidarão deles na velhice. É bem simples.
Família é laço de sangue? Mas se nem doador certo um parente é. Não consigo enxergar a família como sendo essa ligação fisiológica, mas uma condição social. A família é quem você escolhe pra fazer parte do seu projeto de vida, de amor. Pode ter o teu sangue, pode compartilhar o dele com você, na raça, na luta, nas maresias.
E falando em family...
E falando em family, "Ode to my family", desta banda que eu não suporto, é uma das boas músicas. A letra tem uma dramaticidade forte, que ela capta e expressa na voz contida, sem vibratos chatos, que costumam caracterizar certas melodias apelativas.
"It is not flesh and blood but the heart which makes us fathers and sons".
Um Iago a todo instante, cuidado. Pois é, quando penso em Othello, penso na grandiosidade com que Shakespeare conseguiu tecer em palavras a carne tão nefasta do ciúme. Othello nem era mais o mesmo, ao fim, completamente fascinado pelas palavras e evidências de uma Circe viril e escamosa. O cara consegue fazer com que uma nova realidade se desenhe diante dos olhos do Mouro, que se entrega violentamente aos desígnios da honra. O corpo lutava contra, vê-se na grande interpretação que a personagem exige, graças ao poder dramático do autor. Othello é o palco onde se digladiam a sede por justiça e os apelos inequívocos do amor. Consumido pela loucura, filho obscuro da união de sentimentos irmãos, o guerreiro se lança ao encontro da morte de Desdêmona e da sua própria.
É preciso cultivar o desapego, sabe? Saber-se indivíduo, independente, solitário por natureza, já que é uma consciência única que anima um único corpo, sem chances conhecidas, até agora, de fazer tal experiência algo coletivo. Embora, ao que parece, LSD andou ajudando uma galera a sentir coisas próximas a isso. Enfim, de qualquer forma, acredito que são interpretações romantizadas de uma nebulosa química que explode no corpo e na mente. O fato é que você é um ser sozinho e deve respeitar a vida dos seres sozinhos que estão aí pra, se possível, construir uma experiência de coletividade. Essa experiência, no entanto, jamais deixa de ser uma união de seres sozinhos. Há que se lembrar disso, sempre. A individualidade é pra ser superada na convivência, que no seu mais alto grau, faz com que esta solidão inevitável se torne uma jornada maravilhosa. No entanto, há pessoas que fazem de tudo pra tornar esse caminho um inferno.
Isso me faz pensar em Paul McCartney.
Seja feliz fazendo alguém feliz. Esse é o grande desafio de viver.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Vivemos num país de autoridades
corruptas. O noticiário toda hora nos conta sobre como alguém com poder usa e
abusa de suas capacidades. Escândalos envolvendo dinheiro são os mais comuns,
até o ponto em que se tornam culturais, parte do patrimônio nacional. Não estou
falando apenas desta escrachada associação entre Ricardo Teixeira, Ronaldo Nazário
e o Corinthians, mas de tudo que o futebol tem nos mostrado de podre durante
tantos anos, Eurico Miranda, Cléber Leite e tantos outros parasitas.
Como é que ainda conseguimos
torcer, mesmo sabendo que onde há dinheiro e fama, há corrupção? Como é que
conseguimos matar nosso próprio semelhante a tiros ou facadas, enquanto os
envolvidos nas falcatruas mais absurdas estão cada vez mais ricos e gordos? Como
é que esses caras conseguem dormir, sabendo que estão envolvidos num esquema
grosseiro de movimentação financeira e exploração da boa-fé das pessoas?
Quantos títulos o meu, o seu, o nosso clube não tem aí, manchado por acordos,
por falcatruas e mentiras?
Futebol não é muito diferente de
religião. Vivemos a ilusão de um esporte, enquanto os atletas e cartolas vivem
a realidade comercial.
Se você ainda guarda a fé no desporto, acorde, isso só
existe entre os amadores.
Música,
uma constante na vida deste ser contemporâneo que vos fala. Tem gente que tem trilha sonora até pra fazer o churros, se
bobear. Bom, estou eu ali, tranquilamente, ouvindo algumas canções, quando de
repente o Sting começa a cantar "Every breath you take". Já viram a
letra dessa parada? Cara, é o hino dos stalkers, dos obsessivos, da galera que
já perdeu o bom senso pra completa adoração de uma figura humana.
"Every breath you take, every
move you make, every bond you break, every step you take", em todas essas
situações, "I'll be watching you". E por aí vai, o cara vai
descrevendo as situações em que ele estará lá, observando, até o verso
definitivo: "oh, can't you see you belong to me?". Pois é, o cara não
só é um perseguidor, como se acha dono, acredita ter a posse sobre o indivíduo.
Ele delira, só vê o rosto dela, procura outras pessoas, mas está sempre a mesma
lá.
Uma
outra característica bastante marcante da personalidade deste eu lírico é a
autocrítica. "Now my poor
heart aches, with every step you take". O "pobre coração dói" a "cada passo" que ela dá. Alguém tem dúvida que vai dar merda? E a faixa termina
mais do que explícita, com a repetição, em fade away, das palavras, "I'll
be watching you". Não tem pra onde correr, filhinha, foi mexer em casa de
marimbondo, agora já era. "I'll be watching you".
Por
isso já dizia o poeta, "tu te tornas eternamente responsável por aquilo
que cativas", tipo assim, não é uma ordem, uma regra, uma imposição, é
apenas como são as relações humanas. Tem que saber que dizer sim pra alguém
pode ser mais que uma simples aventura, por isso é bom saber o terreno onde se
está pisando. Quem não conhece vítimas de crimes passionais? Só esta semana
ouvi umas quatro estórias.
E
"Love me or leave me", da Nina Simone, já deram uma sacada? Pura
obsessão. Não, ela não quer ser feliz com outra pessoa. Ou o cara que ela ama
fica com ela, ou ela não fica com mais ninguém, prefere ser sozinha que feliz
com outro. "Love me or
leave me and let me be lonely, you won't believe me, but I love you only. I
rather be lonely than happy with somebody else". Pois é, tem isso
também, ou o cara ama, ou vai sair fora, porque pra amigo ela não quer. Ou ama,
ou a deixa em paz, o recado é bem direto.
Uma
das minhas preferidas, no quesito música de pirado, chama-se
"Psycho". É um country que conta a estória de um jovem em uma
conversa franca com sua mãe. "Can
Mary fry some fish, mamma? I'm as hungry as can be. Oh, lord, how I wish,
mamma, that you could keep the baby quiet, cos' my head is killing me". E
a partir dessa pequena dor de cabeça, começam as confissões do rapaz. A mãe
ouve a tudo sem nada dizer, o assassinato da ex-namorada e seu caso, o animalzinho
de estimação, até o irmãozinho. E, ao fim da canção, ele nos deixa com a
pergunta, mãe, por que você não se levanta?
Jamais
conseguiremos curar a loucura ou deter os impulsos dos homens e mulheres que
virão por aí, no futuro, com motivações, visões de mundo, experiências
particulares da realidade e os desejos. Viver é isso, é correr riscos, já que
se divide a terra e as noites com outros, que não funcionam da mesma maneira.
Existe algo melhor? Talvez, mas isso é papo pra outra conversa.
Neste diário
pigmentado, vou falar, agora, da primeira vez em que vi o encontro de dois
veículos em um cruzamento: POW! Um encontro bombástico entre carro e moto. Eu,
que nunca tinha visto nada do gênero, estaquei e me pus a olhar por vários
minutos a cena, que ficou se repetindo na minha cabeça, em seu momento
apoteótico. Olha, não estou dizendo que foi uma situação agradável, mas tudo
tem seu ápice, seu momento mais intenso, certo? O desse encontro foi o corpo do
motoqueiro descrevendo um arco perfeito no ar, digno do salto mais brilhante de
Daiane dos Santos, e caindo sentado sobre o próprio veículo, já tombado no
asfalto.
Fragmentos de
espelho, painel e pára-choque choveram ao redor. A frente do carro também
perdeu seu aspecto indefectível. Uma porrada em cheio na lateral da moto, que
por sorte não tinha uma perna plantada ali. É, parece que o cara tirou a perna
antes do impacto, talvez, por isso, tenha voado tão alto, apoiado numa perna
que ficou. Pessoas correndo até o local do acidente, o motorista saindo pra
olhar a frente do carro e a vítima do impacto ali, sentado, com a expressão
mais desolada que se pode conceber na cara, num momento como esse.
O trânsito em
Curitiba está completamente alterado pela Virada Cultura, que está acontecendo
neste momento, enquanto escrevo. Pessoas indo e vindo por todas as ruas, em
massa, neste dia de calor forte, que faz os sulistas desejarem violentamente o
frio e a chuva, aos quais estão mais acostumados e dedicam grande parte de seu
guarda-roupas. É visível o quanto o clima os deixa incomodados ou abatidos,
insatisfeitos com a pele, salgada e úmida, cabelos, tudo aquilo cuja existência
só torna mais quente o dia. Ao menos, esses corpos estão indo atrás de música,
risadas, abraços e beijos, além de um geladíssimo gole de cerveja, neste grande
palco que se tornou a capital paranaense.
E agora, quando
chega este post beira o final, dá pra acreditar que de um parágrafo a outro
aconteceu toda uma revolução afro-descendente? Jair Rodrigues subiu no palco da
Riachuelo e tocou o terror. Os clássicos do samba e da MPB, ali, na voz de um
dos caras que representa com máximo respeito a voz e a cultura do brasileiro. Show
energético, banda boa, baterista absurdo, galera animada e os amigos ao redor
pra ter pra quem sorrir, pra ter de quem colher essa alegria fundamental pra
vida. Só falta meus dois amores chegarem pra felicidade ficar incompletamente perfeita.
Agora, a casa é só nossa. Minha cabeça já fervilha olhando esse pequeno espaço,
pedindo peloamordedeus pra que alguém lhe dê alguma personalidade. É pra já,
malandragem. Aguarde e confie.
música de fundo: Djavan - Que foi my love
"quem sofre de véspera é peru"
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Uma criança sempre estimula nosso lado mais sensível. Como é que aqueles chineses simplesmente ignoravam a menina atropelada? Tudo bem, no Brasil as coisas não são muito diferentes, mas no caso de uma criança atropelada, por favor, não consigo imaginar uma reação daquelas. Não vou estender a coisa a todos os chineses, claro que não, já passei da fase, mas aqueles locais ali, aquilo é, no mínimo, um retrato das pessoas da área, de como aquela zona ali está cheia de gente que simplesmente ignora uma criança atingida daquela forma.
se você tem estômago
Espero que, de alguma forma, esse país possa ter uma sorte cultural melhor pra seus habitantes, porque não dá pra se orgulhar de uma conduta dessas, sinceramente.
Acabei de morrer de rir de uma coisa que, agora, penso, se eu não tivesse passado meses em Minas, Belo Horizonte, alguns dias de Ouro Preto, e tal, não seria possível ter esse momento tão agradável. Porque rir à vontade é sempre uma benção. E qual a graça? Tô eu passando no Facebook, o novo vício do milênio, e vejo que num dos comentários assina a menina de alcunha Nathalia, que até aí não tem nada de estranho, e assim seria se não viesse seguida de Fraga Pinto. Pra qualquer carioca, caras, isso não significa nada, fraga? Mas se você já andou em Belô, vai achar o máximo se um dia sair com a Nathalia Fraga Pinto e a Elise Rego Furtado. Viajar é viver, antes, durante e depois.
Com um diploma, alguma experiência, muita se de empirismo e uns trocados no bolso, digo adeus ao Rio de Janeiro. Claro que eu volto, a família tá aqui, não tem como abandonar. Mas o logradouro muda, as amizades balançam, novos laços são criados e é isso, Curitiba, no Paraná, é meu grande passo.
E o por quê?
Então, uma série de fatores me levou a conhecer Curitiba, dentre eles o festival Psicodália, realizado em Rio Negrinho há duas edições. Foi a capital do Paraná o lugar escolhido como entreposto entre a cidade natal e o destino de férias. Na primeira vez, pouco vi, mas nas outras viagens pude conhecer um pouco mais do lugar e das pessoas, e tem sido assim desde então.
A cidade entrou em conformes com algumas coisa que eu já tinha plantado aqui dentro e, em relação ao RJ, elenca-se os fatos:
- mais organizada
- mais limpa
- menos populosa
- mais comprometida
- menos custosa
É claro que os contras são vários, mas isso não é o fator determinante, não tanto quanto a natureza das qualidades citadas. Sinto-me mais próximo de um ambiente que acredito ser mais o que eu estou a fim de participar, não sei amanhã, porque minha paixão por sol e mar é infinita e o nordeste sempre me sorriu todo prosa, mas neste momento é com essa galera que o jogo parece interessante.
Cansei do jeitinho carioca, do "na hora a gente resolve". Cansei do "foda-se" que um diz pro outro, diariamente, da falta de bom senso e educação no trato com as pessoas. Um lugar onde as pessoas não se organizam pra fazer um convívio interessante, parecem não sentir prazer na comunhão, ao contrário, afirmam e reafirmam sua individualidade de uma tal forma que só podia resultar no fracasso da vida em sociedade. Violência, corrupção, do mais pobre ao mais rico, negligência.
Não acho que o Paraná vai ser um mar de rosas. Sei que em terras estrangeiras um forasteiro é sempre um forasteiro, um estranho no ninho. Acontece que aposto no amor que os curitibanos têm por Curitiba, ao aderirem a uma convivência mais pacífica, ainda que frágil, como qualquer outra, a um senso de ordem e organização para manter a cidade limpa e funcionando, para fazer parte da construção deste espaço. Os cariocas, em maioria, usam o Rio de Janeiro, e é por isso que não se importam com o lixo, com as praias, com os bens públicos, com a vida dos seus vizinhos e como cada um está relacionado a muitos outros por sua existência social. Não existe "Eu", quando se pensa em consequências. Todo gesto tomado por qualquer indivíduo atinge o "Nós".
É com essa visão que deixo meus velhos, que arrasto minhas coisas e me atiro na vida pra tentar algo que vai me tornar muito mais feliz comigo, a construção do sonho na vida. E aos que me falam em medo, eu lhes digo, já passou este tempo. Abracei o medo logo que olhei pra fora da janela e tive meu primeiro pensamento de horror ao que pode acontecer. Desde então, vivemos uma relação íntima, onde aos poucos começo a fazer trajetória.
Hoje, pego as meninas do Alemão. Depois, gravação pra um amigo, no Espaço Multifoco. A bombada do evento é o objetivo, no caso. No meu caso, queria dunas e um mar pra me calar.
Arrigo Barnabé e seu "Tubarões Voadores".
Essa Crotalus Terrificus é irada. Saca só a organização do som, a performance dos músicos e da cantora, a letra, a interpretação.
Vou começar a usar o "pesca-palavra" com os alunos, em um intervalo controlado, pra ver se existe algum desenvolvimento perceptível. Justamente por essa possibilidade é que sou contra a interdição de materiais com o conteúdo "avançado". Quem dá o enfoque é o professor, conteúdos avançados em músicas e textos podem ser facilmente ignorados quando da explicação estrutural. Proibir que o aluno entre em contato com as formas é uma infrutífera limitação.
Observarei o londrino nesse sentido e anotarei aqui seu progresso.
"Deputados usam verba de gabinete para pagar parentes
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SILVIO NAVARRO
FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO
Três deputados estaduais paulistas repassaram a familiares no ano passado parte do dinheiro que seus gabinetes na Assembleia Legislativa recebem para apoiá-los no exercício de seus mandatos. A reportagem está disponível para assinantes da Folha e do UOL.
Os três usaram a verba para cobrir despesas com o aluguel de imóveis que pertenciam a seus parentes e onde eles dizem ter mantido escritórios no interior do Estado.
Cada deputado estadual de São Paulo teve direito em 2010 a uma verba de até R$ 20,5 mil para manter escritórios políticos fora da Assembleia, encomendar estudos e contratar consultorias, entre outras despesas.
Levantamento feito pela Folha mostra que no ano passado os 94 deputados estaduais paulistas gastaram R$ 17 milhões dos R$ 23 milhões que seus gabinetes estavam autorizados a utilizar com esse tipo de despesa."
é incrível. Sociólogos devem adorar essas vibes. O discurso diz, claramente, que nosso governo é corrupto em suas várias instâncias. Essa é a história da política brasileira. Que governo ficou ausente de corrupção? O do Tancredo, talvez, e não boto minha mão no fogo.
Temos provas editadas, provas de que o governo NUNCA foi confiável e NUNCA trabalhou para as pessoas que, supostamente, compõem esse poder por meio do voto. Obrigatório, diga-se de passagem, o que é mais absurdo. Ou você escolhe, ou você vai ser punido. Isso não é democracia, nem aqui, nem em lugar algum.
É simplesmente absurdo que as pessoas vivam neste nível de compromisso com a vida política. É como se fossemos retardados mentais. É como se alguém viesse todos os dias nos surrar, depois da escola, no caminho que faz até em casa, e levássemos isso adiante, sem perspectiva ou vontade de alterar os fatos.
O aumento do salário desta corja foi a gota d'água. Só não vê quem não quer. Além de nos roubar constantemente, os caras ainda tem a audácia de legalmente instituir vantagens absurdas sobre o povo. Onde estão os brios? O que acontece com a gente que não fazemos nada? Estamos sendo diariamente passados para trás, as coisas acontecem num plano inacessível para o povo, durante o trabalho do povo, em lugares fechados ao povo, por pessoas que não são e não querem ser do povo. O povo constrói a vida desses homens e mulheres que exploram a fé e a ignorância alheia, que exploram o medo e a interdição. O povo é quem faz destas pessoas os marajás que são.
Será que, um dia, a humanidade vai conhecer, novamente, um povo destemido? Um povo que luta pelo que quer? É possível que a estrutura seja declaradamente exploração abusiva e consigamos viver décadas, oferecer em sacrifício a vida de nossos filhos, e dos filhos dos filhos, em troca de "paz" e "identidade"? É um absurdo que não nos levantemos contra tamanha ofensa feita a quem faz desta terra uma nação de indivíduos representáveis. Somos esculachados com uma regularidade que já deveria ter tirado dos eixos uma massa mais significativa de brasileiros, mas preferimos nos dedicar a causas micro, vivendo num macro que as possibilita ou impossibilita mediante necessidades particulares. Para que qualquer coisa possa ter qualquer significado, não podemos estar sob uma estrutura que manipula o acontecimento das coisas por vontade de beneficiar uns poucos.
Hoje, sexta de fevereiro, de um 2011 cheio de promessas, fiz minha estréia como professor de inglês para uma turma de nível básico.
Não foi qualquer turma, mas uma galera que está inscrita num projeto que tem três frentes: a Secretaria de Educação do RJ, a ONG Cidadania Cidade Maravilhosa e a UFRJ, que está responsável pelo suporte pedagógico e que fez a seleção dos professores.
A turma é interessada, passamos bons momentos e rimos bastante. Ainda assim, deixei bem claro que é preciso correr atrás e se envolver com o idioma para conseguir alguma fluência. Não dá pra aprender uma nova forma de comunicação sem praticá-la.
Vimos palavras e expressões previamente conhecidas por eles, falamos de cognatos e frases de cumprimento, saudações e despedidas.
Segunda tem mais. Espero aguentar o ritmo.
O suposto grande ex-presidente da República leva, para o coração do Estado operário, o não menos grande José Sarney, homem cuja reputação chega dias antes do próprio. O que se pode falar além? Não sei se uma imagem vale mais que mil palavras, mas essa daí, com certeza, diz muito.
E enquanto isso, o teatrinho vai se desdobrando aos olhos do povo, que por sua vez, tá é louco pra participar, quer saber de acabar com nada, não, de deter, de proibir, de reivindicar. O que importa é fazer parte da festa, qualquer que seja, mesmo que sendo o bobão, aquele que quando vira as costas se torna a piada ambulante. Vai Zé Povão, batendo palma pra quem te açoita.