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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O que se choca com teu rosa?

     Somos as pessoas do desencanto. Por isso, os destemidos. Vamos em busca da luz, atravessando a escuridão que for, feito nautas que um dia venceram a terra quadrada. E agora? Sim, o que a gente faz, agora, que nada é mais tão sagrado, que limites foram derrubados e até as estrelas parecem tão perto? Tem gente vendendo a vida pra dar uma volta no espaço. Turismo intergalático. Que diriam nossos bisavôs? Nada, já o Alzheimer os teria consumido, mas se pudessem, talvez, "puta que pariu". Nada como uma sonora manifestação nativa pra expressar o verossímil.
     Nossos ídolos estão ruindo. Hoje, sentem-se livres pra criticar Chico Buarque, chamá-lo de merda, pois observam sua arte de um patamar pessoal. O julgamento é uma mera exposição de leviandades, subjetivismo orientado pela mídia, de forma que os pseudocríticos surgem cada vez mais e mais. Que entendem de música, da relação música e letra, música e imagem, que entendem? Isso me foi perguntado, recentemente, e digo: nada, uma vaga ideia, transposição de conhecimentos, no máximo, pra não ficar no escuro.
     Barthes, em Mitologias, diz algo fantástico, por sua honestidade, "pra quê ser crítico, se se temem, ou se desprezam de tal forma os fundamentos filosóficos de uma obra, e se se exige tão firmemente o direito de não os compreender e de não falar deles?". A resposta é simples: criticar se tornou um hábito afirmativo na sociedade de consumo. O indivíduo se afirma sujeito quando levanta a voz, não importa se tem ou não conhecimento de causa, até porque, as conseqüências de uma afirmação tola não existem, já que a tolice é abundante, uma regra geral. A ponto tal, que muita vez aquele que se coloca de forma sensata é que parece um tolo.
     Deveríamos falar tanto? Sempre podemos, sempre poderemos, é importante que isso jamais nos seja retirado. Agora, se nossa busca é por uma vida prazerosa, se queremos ter experiências que nos deem alegrias, uma vida feliz, por que não avançamos em direção a uma realidade menos estúpida? Por que manter o velho hábito de falar por falar? É preciso dar um passo em direção a um ponto mais prazeroso, ele não virá até você. Demanda coragem, mas mais do que isso, exige planejamento. Não cultue personalidades, mas não deixe que qualquer vento derrube as fundações dos teus sonhos.

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