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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

black hole sun

um dia nasce às vezes muito rápido.
na vista, quando já se vê, é tudo banhado em luz e com os contornos bem nítidos das coisas vivas.
o dia nasce e dá uma impressão violenta nas meninas.

meu dia cabe numa fatia de pão, penso. hoje é quarta, batidas na porta trazem a memória. o cheiro vem sem freios: pastel ainda quente da feira. quero um bocado, um gole de caldo, papel pra me limpar no canto dos lábios.
o dia segue em pequenas ondas de ternura. Ed Motta às onze e meia e nenhuma promessa de chuva. xilofones me ultrapassam.

atrás da claridade mora um futuro de asas cortadas, criado debaixo da saia. afasto as cortinas pra ver o claro cair, mas é cedo. uma coroa me avilta no céu. grandes expectativas preenchem fatos doídos e o suor que ofereço é um segredo de estado. sinto que passo tangente e meus limites não mentem - um derivado vago de tudo que geme é o cerne dessa bobagem.

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