Pesquisar este blog

domingo, 9 de setembro de 2012

Lições que o silêncio vem contar

Ainda não sabe falar, mas já perna. Interage desde muito mirim. Alguns arriscam dizer, desde embrião. Também sabe enxergar muito bem, assim é que mira a formiga correndo no banco, de uma ponta a outra. Vai até lá com sorriso em intervalos de dente, cabelo no olho, passos meio trôpegos, de quem acabou de acordar. Tem seu nome numa corrente de ouro, envolta do pescoço. Um dedo indicador vence o corpo da operária, viola o que lhe dá suporte, aquilo que a consagra. Espreme. A estrutura, então, cede. Racha. A carne acaba esmagada, com as certezas digitais nas costas. Agora: uma pasta. Vestígio da obra morta, que na exatidão da hora coloca pra foraum vasto silêncio, o filho que na consciência se desdobra, enquanto corre atrás de alguém pra contar - "acabou o movimento".


Nenhum comentário: