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domingo, 7 de dezembro de 2008

The Giant's Fall

Essa história começou há sete anos. Sim, exatos sete anos de angústia. Hoje, finalmente, a constatação. A queda.










E agora? Já não tenho tanto amor pelo futebol, mas é impossível dizer que algo não dói. Ecos, talvez. Quem sabe a última, a derradeira sensação de pertencer que se esvaindo deixa as marcas doloridas das pegadas pelo caminho que abre a braço.

O que se pode acrescentar? Lágrimas comovem os fracos. Por trás delas está o homem, sua responsabilidade, sua entrega, seu compromisso. Chorar comove as donas de casa, na novela, talvez, mas em campo significa que você falhou e não tem onde se esconder. Como uma criança você chora, porque não tem resposta? Não, porque você as tem todas.

Parabéns aos que tentaram afundar o Vasco da Gama: vocês conseguiram

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cosmic Wheels... Celestial Wheels!

Foi então que os deuses pediram um lugar para habitar e lhes trouxeram animais, e eles disseram que não era suficiente. E quando lhes trouxeram um homem, então eles disseram, sim, é-nos suficiente que moremos nos homens. O fogo se fez fala e entrou pela boca. O vento se fez alento e penetrou nas narinas. O sol adentrou os olhos feito visão. Os quadrantes do céu feito audição penetraram os ouvidos. As plantas e árvores se fizeram cabelos e penetraram a pele. Feito mente a lua penetrou os corações. A morte se fez alento dependente e entrou pelo umbigo. Já as águas feito sêmen penetraram o membro viril.

E saiba que assim como um jarro se reduz a pó; uma onda, a agua; um bracelete a ouro; assim também o universo se reduzirá a mim. Maravilhoso sou! Adoração a mim! Porque quando o mundo, desde o seu deus mais supremo a menor folha de relva, se dissolve, esta destruição não é minha.

indianismos

Donovan - Cosmic Wheels (1973)
http://www.4shared.com/file/70040386/8d43bcc8/Donovan-Cosmic_wheels-1973.html

1. Cosmic Wheels
2. Earth Sign Man
3. Sleep
4. Maria Magenta
5. Wild Witch Lady
6. The Music Makers
7. The Intergalactic Laxitive
8. I Like You
9. Only the Blues
10. Appearances

Donovan: vocals / guitars / strings
Chris Spedding: guitars / strings / bouzouki
Clive Chaman: bass
Phil Chen: bass
Cozy Powell: drums
Alan White: drums
Pat Halling: violin
Bobby Keys: sax
Produção: Donovan and Michael Peter Hayes

Esse álbum é sensacional. Donovan foi um grande músico da sua época, contemporâneo de Bob Dylan, coloborador dos Beatles, mas com uma vivacidade musical e uma necessidade de produzir ecleticamente que nos faz pensar em Peter Gabriel e na World Music. Vale ressaltar que participam do álbum os bateras Cozy Powell, que tocou com o Sabbath, Rainbow, Whitesnake, Jeff Beck, e Alan White, o cara que tocou com Lennon no Plastic Ono Band, que tocou com George Harrison no All things must pass, e também tocou no Yes, fase Yessongs.

Abraxas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Black Rain

There's rain on the horizon
Shows the window of my youth
Black rain like bullets flying
Black rain like men do

There's a storm coming around
Close the door of my old age
Storm coming like dogs barking
Storm like pain crystalizing

There was a sheppard where they took me
and they buried me for good
He used to say people always fly too high
neverending dreaming of angels
like loving at first sight
like loving at the last fight

Whispering wind hold the words
stormy pregnant mother goes
and goes and lives the tail of a red
monstruous dragon behind

some say a lullaby
some live to deny

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Ausente


Ter
perder-se
feito poeira
Semblante úmido
no corpo amargo
um órgão ao funeral
mas nem uma nota
o compasso perdido
nem sequer uma nota
um brusco adeus
nem mesmo a saideira
uma súplica do pó agora grudado
esfrega as mãos
rude Fala
coça os poros mete as unhas
rude Afasta
ri da carne viva
rude Mata
e aqui dentro um silêncio
geme na carne
um tremor que me acende
espasmos de mortos
músculos desavisadamente impulsivos
um tremor que me anima
e me dissolve
que me reage e me amarrota
que me deixa num canto esperando
alguma coisa desfazer o instante do desencantado
aquele em que você fugiu me levando
mesmo eu tendo ficado
mesmo eu tendo agarrado
com unhas quebradas
o pranto que na garganta deito

sábado, 19 de julho de 2008

Vista do mar

Cinzas. Hoje o vento leva as cinzas, com um pouco de dificuldade, já que as lágrimas pesam sobre o corpo esfarelado da cidadania. Consumidos pela intolerância e pela necessidade de manutenção das estruturas, os índios da praia de Camboinhas tiveram suas casas destruídas pelas chamas de um incêndio criminoso. Sob a terra sem escritura, de um Adão sem rosto, a grande maioria vê florescer a injustiça homeopática que é alimentada pelas necessidade de uma elite confortável em seus palácios sobre as nuvens. Lá de cima, observam o espetáculo, o circo das aberrações que se digladiam em troca de um naco de pão.
O palco montado só aguarda pelos personagens, que também são platéia, porque a peça é interativa. Não sabem do roteiro, não têm idéia de suas falas, mas dão seus passos às cegas, débeis e espirituosos.
Somos os filhos de Hernán Cortez, somos os herdeiros do pensamento de coroa, somos os mesmos e vivemos como nossos pais. Não somos nada para além da subjetividade individualista que corre atrás do sonho da coletividade, que vive em pequenas aldeias familiares se empanturrando de quimeras comerciais em parcelas fixas e sem juros. Somos omissos, rebeldes sem causa, somos as vozes da indignação, mas uma indignação que se dissolve num momento de simples catarse. Somos os mesmos e vivemos nossos pais.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

HAHAHAHAHAHAHA


O SONHO NÃO ACABOU!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Chorare Cais

todo homem constata o abismo que tem ao redor... "homem algum é uma ilha"... não concorda mais, não é? Agora que o vento sopra na tua testa gelada, que os teus cabelos já não fazem mais diferença, agora você vê o arquipélago-mundo e todos que gritam uns aos outros em um pangeísmo esquecido

Camel não é só o cigarro do seu primo, mas um bandaço de rock ____________ (aqui você preenche por conta própria).

Harbour of Tears é um álbum temático que estetiza a história dos imigrantes irlandeses que partiram para a América em busca de uma vida melhor. A velha saga do imigrante.

Parece que Andrew Latimer descobriu que tinha parente dele no meio do jogo e criou esse álbum que só pode ser descrito como: Lindo.

Irish Air abre a experiência com uma voz feminina extremamente bela. Impactante. Isso me lembra que a minha tiny dancer perguntou, "é a Lorenna?". Não, não é a Lorenna McKennitt, mas não se preocupe se der vontade de ouvi-la depois. Irish Air Instrumental continua o start vocal com uma sensibilidade ímpar, para depois mergulhar na dolorida Harbour of Tears.

Cobh, a seguinte, ganha o nome do porto irlandês que inspirou o álbum, Cóbh Harbour, onde os imigrantes partiam sob as lágrimas dos parentes acenantes. Send Home The Slates é um folk maravilhoso, ou eu é que me sinto maravilhado? Música de duende? Excelente.

Nessa esteira, garanto-lhes, é um álbum que vale a pena do início ao fim. É uma experiência sonora de qualidade e por isso vale aquele tempinho na cama, olhando pro teto ou pra nesga de paisagem na janela, mesmo que pro seu vizinho pelancudo limpando entre as dobras, mas vale.

In this quiet place I stand alone
from my homeland far away
And my empty heart cannot recall
the forgotten dreams that brought me joy
Had I ways to shed the wasted years
I would travel to my kin
and with strength and faith in God above
there in Ireland I would gladly die

http://www.4shared.com/file/52428723/410811c/1996_Harbour_Of_Tears.html