Pesquisar este blog

domingo, 29 de abril de 2012

Queen e a lírica cotidiana

Que banda maravilhosa é o Queen, né? Poizé, o lance é que muita gente tem um papo torto do tipo

"É BOM, MAS AS LETRAS SÃO MEIO FRACAS"




Peraí, calma lá, vamo devagar nesse momento trágico de nossas vidas. CALMA!

As letras do Queen não são tratados filosóficos pra orientar, tampouco poemas que alumbram o ouvinte. Não são a banda pra esse tipo de experiência e, nem que fossem, quem disse que tais características definem o que é uma banda com letra boa ou ruim? Então, o que é uma letra boa?

Letra boa: uma composição de versos que faz bem aquilo a que se propôs, com os recursos e os requintes que fazem da experiência de ouvir e compreender as palavras, numa interpretação pessoal, um momento de prazer na vida do indivíduo.

Já me disseram que I'm in love with my car é uma música idiota. Por que? Tá maluco? Automolove! Uma canção que fala a respeito da relação de amor do homem pós-moderno com a máquina, como acontece com a protagonista torpe de Passeio Noturno I e II, do grande Rubem Fonseca. Um dos destaques são as palavras que falam das partes do carro se misturando na sintaxe do período com os gestos dos homens e mulheres. Uma música que explicita essa tensão entre o homem e máquina.

E aí, tentam dizer que Fat Bottomed Girls é, na mesma linha de desperdício de versos, uma música fraca. Insanidade. É um hino às mulheres bundudas, às mulheres grandes, na construção da personagem que se tornou um amante destas figuras. O som acompanha a lírica da devoção. É uma maneira extremamente bem humorada de desenvolver a ideia da relação sexual como algo que amadureceu em uma figura que não só viveu como vive e enaltece o fenômeno.



Besteira, os caras fizeram uma obra bastante consistente e não tem nada ali que esteja fora do lugar.

ps: March of the Black Queen é totalmente fora dos padrões que citei acima. Saquem a sonzeira que é!

Nenhum comentário: