Fico me perguntando, muitas
vezes: como é que a gente pode mudar o mundo? E aí, quando procuro as
respostas, acabo por enfrentar a decisiva constatação de que, acima de qualquer
coisa, pra que haja alguma mudança é preciso que se faça com muita gente
envolvida. Daí nasce uma nova pergunta: meus companheiros de luta, essas
pessoas que quero do meu lado nesta revolução, eles sabem que mundo é esse que
precisa ser mudado? Meus irmãos de armas sabem quem é o inimigo? É preciso
esclarecer tudo isso antes de qualquer tentativa de mudança, claro, porque
fundamental é que se saiba com quem se está fazendo o quê e porquês.
Vivemos um tempo único, onde os
povos podem dialogar livremente sobre sua condição. A internet nos proporciona,
ainda que vigiado, um espaço de discussão e organização. Que mundo queremos
mudar, afinal? O mundo onde a comunicação é intencionalmente prejudicada, em
favor da situação de outros. Queremos, ou não, um lugar onde tudo esteja claro
e o jogo seja limpo? A transição deve partir de um mundo que conheceu e ainda
vive os reflexos da escravidão, do elitismo, da desorganização e da manipulação
pela ignorância para uma realidade onde haja respeito pela vida, um jogo social
limpo e justo, onde o mérito de cada um seja o sinal de seu valor, sim, mas
entre competidores que tiveram as mesmas chances de se preparar.
Comece pela sua rua. Observe o
espaço onde você e muitos vizinhos moram. Faça uma lista com os principais
problemas e os pontos fortes do lugar. "A associação de moradores é que
deve fazer essas coisas". Não espere por alguém que nunca vem, ou se for o
caso, faça as devidas observações e vá até a associação, exija uma reunião e se
manifeste. Não deixe que o tempo corra com a sua vida, é você quem deve usar o
vento pra navegar. Você pode organizar reuniões, feiras, eventos, tudo com o
devido auxílio e diálogo com os órgãos competentes, conseguindo as devidas
licenças. Faça da sua vida algo menos apático, menos fútil. Invista nas
relações humanas. Conquiste os espaços com a criatividade de ser coletivamente,
porque o teu ser individual vai se regozijar na multiplicidade de fontes pro
deleite, que só mais de uma cabeça pode criar.
- saber amar é saber deixar alguém te amar
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