uma passagem do romance, "Uma carta a Pantagruel",
(...) Descemos em direção à Gruta, onde, em poucas horas, testemunharíamos o fenômeno da Neiva Bucia, uma cascata cristalina que deixa a fissura num jorro primoroso. Levamos uma porção de garrafas pra reservar o que pudermos da neiva. É preciso trazê-la rapidamente de volta e preparar as condições ideais pra reservar. Passamos pela Cúpula, ainda pequena, com a superfície opaca pouco exposta. Em pouco tempo, estaria totalmente pra fora, a superfície lustrosa, aquele aroma inesquecível se espalhando com o vento, levando a alvorada dos nossos desejos de rosto em rosto, um tapa carinhoso sobre os sentidos. (...)
(...) A cera precisa ser coletada e reservada em potes hermeticamente fechados. Apenas depois da remoção total é que começamos o processo de produção do material, porque é um trabalho do cacete preparar aquela pasta. Agora, compensa demais, né. Se for ver, nenhum cidadão jamais reclamou de qualquer tipo de deslizamento ou queda da moradia, como costumava acontecer, quando os antigos babacas da Administração trabalhavam com a massa umbilical. (...)
(...) Eu li, escrito sob a relva, uma mensagem que dizia,
vou gozá pra você
assimilá
cum sol e maré
ao redó
e se Ifá fizé chovê
sobre nós
que cada segredo
viaje só
no pó do vento
(...)
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