Não basta só dizer que um homem não deve bater numa mulher, precisamos de políticas mais animadoras quanto à punição de caras que passam dos limites. Em verdade, é um desafio que transcende o gênero, está afetando a todos e precisa ser atacado na raíz: a Educação. O que é educar? Não se trata de preparar crianças para fazer provas, acumular conhecimento para o desempenho cego de uma função infrutífera, mas de construir pessoas capazes de lidar com tudo aquilo que, para as antigas gerações, era problema.
A ira é algo que está no homem, é inerente, uma resposta do corpo a uma interpretação bastante pessoal, mas cuja mensagem é bem clara: reaja! Acontece que é justamente na interpretação da mensagem recebida que está o problema. O homem que se deixa possuir pela ira está, muita vez, ignorando todas as variantes que transformariam sua interpretação para justamente cultivar o sentimento de raiva exagerada, que não demora a explodir em agressão física. Obviamente, não levo em consideração os sádicos de carteirinha.
É preciso ter em mente uma coisa: ninguém pertence a ninguém. Se isto for esquecido, faz-se de um carinho uma escravidão. Se ninguém pertence a ninguém, logo, não há laços de obrigação, no máximo, obrigações morais. Quando essas obrigações são esquecidas, ainda assim, nenhuma violência se justifica. Aquele que se sente prejudicado, se não consegue suportar o que lhe passa, deve se afastar e como reação oferecer apenas o desprezo e, no máximo, palavras que façam jus a seus sentimentos. Aquele que não é quisto, por compromisso com o amor próprio e, principalmente, com a liberdade do outro, deve se afastar, ou sofrer as consequências por perseguição e distúrbio da paz.
O que me preocupa são os que não têm qualquer limite e nem mesmo temem as leis. As autoridades não tomam medidas muito eficazes, quando alguém as procura anunciando que está sendo perseguido e importunado. Quase sempre, o que se ouve é que nada pode ser feito, já que nada foi realmente feito por parte do suposto criminoso. Importunar não é crime. Então, ocorre um crime. A morte é inevitável. As autoridades olham para o caso com cara de, "a gente não podia fazer nada", e eu me pergunto:
Com todo o dinheiro que temos investido na forma de impostos, com tanto tempo para os cientistas da polícia desenvolverem planos e estratégias novas, para avançarem na concepção das medidas de segurança, e ainda deixamos que nossas mulheres morram na mão de covardes claramente perigosos? Até quando vai acontecer está crônica de uma morte anunciada?
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