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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Viver é uma ópera para malandros


O teatro não é só uma grande descoberta da potencialidade humana, mas o reflexo de um sistema vital. Viver é um espetáculo. Quem é você, se não um aglomerado de funções biológicas, cuja mente, pela educação e experiência, reconhece uma personalidade? E no que isso é diferente de uma laranja, um porco? Entenda, eu não estou falando sobre especialidades. Muito menos, se pensarmos na comparação, deve se ter como referência os próprios valores. Para o mundo, quero dizer, para esta realidade universal, qual a diferença entre o bebê, o filhote e o fruto verde que dá no pé? A diferença entre eles é você.

Viver é um espetáculo, na medida em que se percebe a grande página em branco que é a existência. Não é um nada, veja bem, é um branco. Não quer dizer que todo significado se dissolve nela, ao contrário, os porquês são os filhos, os filhotes, os frutos de cada mortal que se apresenta. Você é um papel social e seus limites estão de acordo com a criatividade com que observa e se relaciona com a personagem. O grande conselho dos mestres é: não se identifique, aja sem que lhe seja.

Sua estória é um papel existencial, neste espetáculo cósmico e irrefreável. Conquiste, todos os dias, a grandeza de Ser.


Deus é aquilo que sobrejaz.



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